Crónica no Pataias à Letra, edição nº22, novembro 2022
A avenida
A denominada primeira fase da reabilitação da Avenida Rainha
Santa Isabel encontra-se a caminho da sua conclusão. Paulatinamente, os
arranjos paisagísticos do Largo Comendador Matias vão tomando forma,
recuperando um lago no lugar do antigo poção e uma nova estrutura que
aparentemente recordará os antigos coretos e cuja utilidade, qualidade estética
e peça de memória me deixam curioso.
Fala-se de uma segunda fase para o troço entre a rotunda da
fonte e a rotunda dos bombeiros. Atendendo à experiência já concretizada, serão
certamente defendidos os interesses da Infraestruturas de Portugal e da Estrada
Nacional 242 em detrimento de Pataias e da Avenida Rainha Santa Isabel.
No entanto, esta mesma Estrada Nacional tem no território da
União de Freguesias uma necessidade de intervenção cada vez mais e urgente e
necessária. Refiro-me ao troço entre a Martingança e Pataias, especialmente
entre os Calços e a Ferraria.
Para quem diariamente utiliza a estrada, somos brindados por
uma proibição de ultrapassar que se estende por 2,7 km entre a Cabrela (ao
cemitério) e a entrada da Martingança (ao cruzamento para a Burinhosa), dos
quais 2,3 km são uma reta (convidativa a acelerações). Neste troço de estrada,
contabilizam-se também 17 entradas de estradas e caminhos (9 no sentido
Pataias-Martingança e 8 no sentido Martingança-Pataias), para além de um
incontável número de acessos diretos a parqueamentos de camiões, oficinas e
stands de automóveis, espaços comerciais, indústrias, supermercados,
restaurantes, postos de abastecimento de combustíveis e casas particulares. Um
fartote.
À noite, a iluminação desta via é inexistente ou, na melhor
das hipóteses, sofrível. Agora de Inverno, depois das 18h, com chuva e trânsito
é um “ai jesus” e um alívio quando
chegamos ao nosso destino incólumes depois de cruzar este autêntico corredor da
morte.
Sim. Corredor da morte. Os acidentes mortais têm-se repetido
com infeliz frequência, a chapa batida uma constante semanal e os sustos e
tangentes uma realidade diária (várias vezes ao dia). E a culpa não será apenas
dos automobilistas.
Este troço Cemitério-Martingança necessita, a bem da
segurança rodoviária, de uma profunda intervenção. Do arranjo das bermas a uma
boa iluminação, de um separador central a um conjunto de rotundas dissuasoras da
velocidade: uma no cemitério, uma à saída de Pataias/ entrada da Ferraria, uma
junto à antiga Sifamolar e outra nos Calços junto à Transforpel no acesso à
área industrial e rua da Forcada. Não haveria cortes na via e os carros seriam
obrigados a circular pelas rotundas. Sim, eu sei que seria chato para quem é de
Pataias e quisesse uma pizza tivesse que ir até ao fim da Ferraria para poder
aceder ao restaurante e para quem é da Martingança para ir ao supermercado
tivesse que vir quase até à Ferraria. Mas lá que seria mais seguro – e mais
lento – não tenho a menor das dúvidas.
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