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sábado, 4 de agosto de 2018

Os Barracões dos Fornos de Cal

Um texto do Tiago Inácio

Os Barracões dos Fornos de Cal

No início do século XX, não existiam barracões para armazenamento do combustível. A produção de cal limitava-se ao Verão, não sendo necessário, portanto, um edifício para resguardo do combustível utilizado. Os Serranos deverão ter sido os pioneiros na utilização de barracões com este fim. Assim, começam a surgir lentamente, a partir da década de 20, barracões, por norma frente aos fornos.
Em 1958 existiam 28 barracões e em 1965 existiam 24. Em 1995 existiam apenas 11 e actualmente apenas existem 4.
Os barracões pouco diferem uns dos outros. Actualmente notamos que ocorreu uma evolução na sua construção. Os mais antigos, na qual não chegou nenhum aos nossos dias, eram constituídos por pilares cilíndricos, construídas unicamente com pedra e argamassa de cal. Com a utilização cada vez mais frequente de veículos pesados a partir do final da década de 40, notamos que alguns barracões terão sido ampliados. É curioso verificar que algumas ampliações em altura, a partir da década de 60, aproveitaram, em parte, os antigos pilares. Assim, é possível observar actualmente, vestígios de pilares de tijolo construído sobre os antigos pilares de pedra redondos.
A cobertura, com telhado de duas águas, suportado por vigamento em madeira, era inicialmente em telha canudo e posteriormente em telha Marselha. Em 1976, depois de um incêndio no barracão de Joaquim Filipe Ribeiro, este é reconstruído com estrutura de metal e telha de fibrocimento. Ainda na década de 70 e 80, outros industriais (Joaquim Vieira Grilo e António Vieira Vaz) passariam a utilizar estes materiais na construção e ampliação dos seus barracões.
Actualmente apenas existem 4 barracões tradicionais: o de Joaquim Vaz Pereira e de Joaquim Pereira Vaz Coelho (Governo) na Ratoinha / Olhos de água e o de António Sousa Marques (Ferramenteiro) e António Rosálio Vieira (Botas) na Brejoeira, sendo que este último se encontra parcialmente destruído.






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