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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Descarga de efluentes no rio das Paredes


A fotografia é da praia das Paredes e foi tirada hoje.
Chegado de férias, tomei conhecimento que houve uma descarga de efluentes, para não dizer de merda, em pleno mês de Agosto, na ribeira de Paredes. Consequência directa, ou não, pelo menos cinco crianças (conhecimento directo, moradores das Paredes disseram pelo menos dez) que brincaram nas águas do rio, sofreram de dores de estômago, vómitos e diarreias nos dias seguintes.
Mais de dois anos depois do início das obras, a ETAR das Paredes continua a não funcionar, e, objectivamente, o problema do saneamento básico continua por resolver.
Mais grave é o facto de, desta vez, existir uma rede de saneamento, estações elevatórias e uma ETAR (que será mais um depósito) e mesmo assim, as descargas continuarem a existir. Quem é que explica isto?
Como é que é possível? Como é possível os esgotos terem ido parar ao rio?
Quem foi o responsável?


Para um facto gravíssimo e que claramente é um problema para a saúde pública, uma pequena tabuleta, de costas para quem chega à praia, no meio do areal, será suficiente?
Não seria caso para uma intervenção mais séria por parte do Delegado de Saúde? Ou uma tabuleta resolve o assunto?
O Ministério do Ambiente - onde anda?
Não é a esconder o problema, minimizando-o, abafando-o, escondendo-o, que se defende as Paredes.
As Paredes defendem-se pugnando por aquilo que lhe é devido. E agora, mais do que nunca, o saneamento básico é imprescindível.
Como é que ficam as promessas feitas e as garantias dadas por esta Câmara e pelas Águas do Oeste? Ou estas entidades, e seus representantes, consideram-se impunes e livres do seu cumprimento?

Já agora, os orgãos de comunicação da sede do concelho, tão rápidos a condenar os pataienses por meia dúzia de patos mudos e gansos na lagoa de Pataias ("População ameaça lagoa de Pataias", foi manchete!) nem uma linha disseram sobre o assunto.

Ficam aqui algumas fotografias. Felizmente, sem cheiro.


Arrabácias na praia - Será o sal o fertilizante?


2 comentários:

  1. Infelizmente, os jornalistas ainda não têm poderes adivinhatórios... É evidente que se o Região de Cister tivesse tido conhecimento da situação teria publicado. Move-nos o interesse público, acima de tudo. Se o senhor tinha conhecimento dessa descarga, e antes de criticar a imprensa, poderia ter tido o cuidado de enviar um mail ou fazer um telefonema para a redacção do jornal a informar sobre o sucedido, tornando-se numa fonte de informação... Com a colaboração de todos, é possível fazer uma cobertura noticiosa mais completa e mais atenta. Aceitamos as críticas quando são justas, mas não podemos ler, de ânimo leve, acusações infundadas. Aproveito para informar que estamos a preparar uma peça sobre o problema da ETAR. Os contributos e relatos de experiências pessoais são bem vindos para ana.ferraz@regiaodecister.pt

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  2. Quanto ao facto de poder informar o Região de Cister, apenas tenho para dizer que não tive conhecimento à priori das descargas. Estava fora e tomei conhecimento das mesmas apenas quando cheguei de férias e vários dias depois de terem ocorrido. As evidências dos factos ainda eram visíveis (e cheiráveis). Bastou-me para tal ir às Paredes. As mesmas descargas eram tema de conversa nos cafés de Pataias e, portanto, longe de serem segredo de estado.
    Um jornal preocupado com o interesse público da sua área de influência tem de estar atento a estas coisas. E não há espera que lhes as notícias lhes caiam do céu (ou por telefone).
    Relativamente às críticas à imprensa e neste caso ao Região de Cister, não retiro uma vírgula do que escrevi. Leitor assíduo do vosso jornal há muitos anos (e cujo site há muito adicionei aos favoritos), são poucas as peças jornalísticas que focam a realidade e os problemas do norte do concelho de Alcobaça, havendo mesmo edições em que praticamete é ignorado. No caso concreto que referi no meu post, achei completamente descabido e inapropriado o título da vossa manchete. Percebo-o: chama a atenção e vende jornais, mas não faz dele um título sério.
    É ainda minha opinião, e valerá apenas por isso, que há, muitas vezes, uma colagem da linha editorial do vosso jornal às autarquias da nossa região.
    Quanto ao facto de tornar-me uma fonte de informação, o meu blogue "Sapinho Gelásio", longe de se querer assumir como um orgão de comunicação social on-line, é apenas o meu espaço de reflexão e de acompanhamento daquilo que se passa na minha terra, estando disponível para todos o que o querem consultar.

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