Para sugestões, comentários, críticas e afins: sapinhogelasio@gmail.com

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Pinhalinho

O Tiago Inácio continua a fazer um magnífico trabalho de investigação.
Desta feita, a continuação dos trabalhos sobre o Pinhalinho e os terrenos que deram origem à Pedra do Ouro.
Os trabalhos anteriores aqui: 
http://sapinhogelasio.blogspot.pt/2010/11/o-pinhalinho.html
http://sapinhogelasio.blogspot.pt/2010/11/o-pinhalinho-e-cova-do-forno.html

Empreza Pinhais do Camarção, Lda 
Rectificação do que já foi escrito sobre o Pinhalinho

A vasta propriedade hoje conhecida como pinhalinho, e onde está planeado o campo de golf, já foi noutros tempos, terrenos incultos e de vários proprietários. De forma a rectificar o que já foi escrito sobre o Pinhalinho, segue uma pequena investigação sobre a Empreza Pinhais do Camarção, Limitada.
A 11 de Setembro de 1919, é fundada a Sociedade por cotas com o nome social de Empreza Pinhais do Camarção, Limitada, com o capital social de trinta e um mil escudos, constituído apenas por terrenos. “O seu objectivo é a aquisição, arrebatamento e sementeiras dos vastos terrenos incultos, de propriedade particular, confrontado entre o Pinhal Nacional de Leiria e as alvas de Pataias” (1) . A Sociedade ficava com sede em São Pedro de Moel e inicialmente era composta por:
Domingos Figueiredo Pereira, casado, residente em S. Pedro de Moel;
Arthur Vilella Matos da Silva, casado, residente em S. Pedro de Moel. ntónio da Silva, casado, residente em Água de Madeiros;
José Monteiro Júnior, casado, residente em Água de Madeiros;
José Ribeiro Coutinho, casado, residente em Pataias;
Carlos Correia Mendes, casado, engenheiro em Lisboa;
Manuel José de Carvalho, viúvo, residente em Lisboa;
Dr. Aníbal Bettencourt, viúvo, residente em Lisboa;
Paulino Franco, casado, residente na Marinha Grande;
Dr. Francisco Ribeiro Coutinho, casado, residente na Nazaré;
Lúcia da Silva Pereira, residente em Pataias;
João de Magalhães, industrial, residente na Marinha Grande
Joaquim Piriquito, comerciante, residente na Nazaré;
Afonso Lopes Vieira, casado, residente em Lisboa;
José de Sousa, casado, comerciante, residente na Marinha Grande;
Dr. Afonso Xavier Lopes Vieira, casado, advogado, residente em Lisboa.

A 15 de Março de 1925, a escritura é alterada para admissão de novos sócios e reforço do capital social. Sabe-se ainda que em 1938, existe a cessão de cotas de um dos sócios.
Em assembleia de 22 de Fevereiro de 1942, decide-se vender todos os terrenos a Narciso Dias da Silva, “…também conhecido como Narciso Dias Hernandez …” (2) , casado, comerciante e industrial, morador em Sacavém. A escritura ocorre a 1 de Abril de 1942, no cartório Notarial da Marinha Grande. A escritura refere ainda os sete prédios (terrenos / propriedades), que a sociedade possuía e que vendeu a Narciso Dias:
1. “Terreno de Pinhal, no sitio da Pintelheira – cova da raposa e cabeço do branco – ao Camarção que confronta de norte com a Mata Nacional e Alva de Água de Madeiros, do sul com a alva da Vitória, Joaquim Coelho e outros, nascente com a mata Nacional, Joaquim Morins, José Pereira do Porto, Joaquim Coelho, António Costa e muitos outros, e poente Alva de Água de Madeiros, oceano atlântico e José Coutinho;
2. Um talho de Pinhal no sitio do cabeço do branco – Camarção da Pintelheira, que confronta a norte e nascente com Joaquim Duarte França, e do sul e poente com os herdeiros de Francisco Salgueiro;
3. Um talho de Pinhal, no mesmo sítio, a confrontar do norte com Joaquim Duarte Franco, do sul com os herdeiros de Joaquim de Sousa Vinagre e do Poente com António Morins;
4. Um talho de pinhal no mesmo sitio que confronta do norte com António Feliciano, do sul com Agostinho Raimundo, do nascente com José Vieira Júnior e poente com os herdeiros de Manuel de Sousa;
5. Talho de Pinhal no mesmo sítio a confrontar a norte e poente com António Costa e outros de sul Joaquim Maria Sobrinho e nascente com Joaquim Mariano;
6. Um talho de pinhal, no mesmo sitio que confronta a norte com herdeiros de José de Sousa Pedro do sul com Feliciano Soares e outros, de nascente com António Ascenso, José Ascenso e outros e de poente com os herdeiros de Feliciano Cardeira;
7. Um talho de pinhal no mesmo sitio, a confrontar a norte e poente com José Vieira Júnior e outros, do sul com Joaquim Caixeiro e outros e nascente com José Boja(?)

Que estes prédios fazem parte do património da referida sociedade por esta os ter adquirido por compra aos seguintes indivíduos:
1. António Ascenso e mulher da Burinhosa, Feliciano Henrique Cardeira e mulher de Pataias, José Monteiro Ferreira e mulher da Burinhosa e tantos outros;
2. António Pereira da Burinhosa;
3. Agostinho Raimundo da Burinhosa;
4. José Pereira Bernardo de Pataias;
5. António dos Santos Galego de Pataias;
6. José Vieira Júnior de Pataias;
7. Joaquim de Sousa Pesqueira de Pataias.” (3)

A dissolução da sociedade Empreza Pinhais do Camarção, Limitada apenas ocorreu a 27 de Maio de 1942, no cartório Notarial da Marinha Grande.

(1) Livro de notas para acto e contractos entre vivos nº 100 – Cartório Notarial de Alcobaça. Arquivo Distrital de Leiria
(2) Livro de notas para acto e contractos entre vivos nº 59 – Cartório Notarial da Marinha Grande. Arquivo Distrital de Leiria
(3) Livro de notas para acto e contractos entre vivos nº 59 – Cartório Notarial da Marinha Grande. Arquivo Distrital de Leiria

Sem comentários:

Enviar um comentário