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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Tertúlia “O litoral”

Realizou-se no passado dia 22 a última tertúlia da 1ª série de tertúlias “Saber à terça”, do Espaço Cultural/ Biblioteca de Pataias. Dedicada ao tema do “Litoral”, decorreu no Café Agroeira, em Paredes da Vitória, integrada nas atividades da Biblioteca de Verão. A tertúlia contou com as presenças de Paulo Grilo e de António Mota.
Paulo Grilo enquadrou a orla costeira de Pataias no litoral do país, destacando a sua singularidade como caso de estudo. Salientando a diversidade da riqueza patrimonial deste território, fez o enquadramento em termos de evolução populacional e da ocupação urbana, com destaque para as situações de Vale Furado, Pedra do Ouro e Paredes da Vitória (três casos distintos na forma e no tempo de ocupação do litoral).
Referiu ainda os diversos planos de ordenamento do território existentes para o litoral com influência na gestão do território de Alcobaça, destacando as ações previstas nos mesmos, nomeadamente quanto à contenção à construção e definição de perímetros urbanos, à baixa densidade das edificações, à proteção e conservação de habitats e à restrição de ocupação em faixas de risco, apresentando de seguida diversos exemplos (muitos) do que de mau e em contradição com estas orientações existe no litoral de Pataias, mas também alguns (raros) bons exemplos de gestão do território existentes. Terminou a sua intervenção abordando o uso balnear e enunciando um conjunto de condicionantes (externos e internos, positivos e negativos) para o desenvolvimento do litoral de Pataias.
O mestre António Mota falou da importância do litoral como fator de desenvolvimento económico, especialmente na vertente do turismo. António Mota traçou as caraterísticas da oferta turística no litoral de Pataias, focando a sua atenção nas questões da sazonalidade e nas formas como esta pode ser atenuada, assim como o papel interventivo dos diversos agentes estatais e privados presentes no território.
No período aberto ao público, Ana Malhado, bióloga, fez uma breve abordagem relacionada com a fauna, a flora e o coberto vegetal existente, chamando a atenção não só para alguns endemismos locais como para os problemas relacionados com as “exóticas infestantes”, nomeadamente a acácia e o chorão das areias (bálsamo).
Carlos Mendonça salientou o vale de Paredes como local e habitat de espécies únicas como a rã ibérica e a víbora cornuda, chamando a atenção para a falta de um núcleo/ centro museológico a nível municipal que servisse não só como expositor mas também como local que recolhesse exemplares e peças únicas do património natural e cultural do concelho, que se encontra espalhado e em sério risco de desaparecimento. A este propósito, Valter Ribeiro, presidente da Junta, informou que as tempestades de inverno deixaram expostos nas arribas de Água de Madeiros alguns fósseis únicos e de grande qualidade, que foram retirados para serem estudados na Universidade de Lisboa, com o compromisso de regressarem a Pataias.
As restantes intervenções abordaram questões relacionadas com a erosão registada nas arribas (com elevado risco para as habitações em Pedra do Ouro), a eminente derrocada e eventual desaparecimento do “Castelo”, a substituição do pinheiro bravo pelo eucalipto e a necessidade de repensar o investimento em equipamentos e infraestruturas na orla costeira, e a forma como o mesmo é feito, tendo em consideração o panorama das alterações climáticas.
Armanda Balinha (moderadora) e Sofia Quaresma (oradora), cancelaram a sua participação na tertúlia na tarde do próprio dia, o que impediu a sua substituição em tempo útil.
As fotografias são do José Castro.






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