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sábado, 13 de junho de 2015

Escola Secundária de Alcobaça - alunos com acesso aos testes antes de os realizarem

A notícia em:
http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/sociedade/detalhe/acedem_a_testes_antes_de_os_fazer.html

Acedem a testes antes da prova 
Jovens terão descoberto palavra-passe do correio eletrónico. 

Pelo menos três alunos dos 11º e 12º anos da Escola D. Inês de Castro, em Alcobaça, terão conseguido aceder aos enunciados das provas de matemática antes de elas terem sido dadas às turmas. Suspeita-se de que os jovens tenham conseguido descobrir a palavra-passe e entrado no correio eletrónico da reprografia da escola, onde chegavam os enunciados enviados pelos professores. O caso obrigou a escola a rever as medidas de segurança no acesso à conta de email da reprografia, que tem agora nova palavra-passe, mudada com frequência e comunicada aos professores de forma mais segura. Tudo aconteceu nas últimas provas de matemática antes das férias da Páscoa. Os alunos, cujas notas a matemática eram, até então, próximas da negativa, tiveram resultados acima dos 16 valores, o que levantou suspeitas. "Sempre negaram a situação", contou ao CM Gaspar Vaz, diretor da escola. Mas o caso era comentado, até por outros alunos, dentro do estabelecimento. E as suspeitas recaíam para uma invasão do correio eletrónico da reprografia. 
A escola investigou a situação, mas "não se chegou a nenhuma conclusão, e, por isso, não há evidências absolutas", explicou o responsável. Mas as suspeitas mantiveram-se, o que levou a direção a criar novas regras e alterar procedimentos. A reprografia, sendo o local para onde grande parte dos professores envia os enunciados para que as provas sejam impressas, foi apontada como o mais provável local da intrusão. "Foram alteradas as palavras-passe e foi tomada uma segurança mais severa, com novas formas de autenticação", frisou Gaspar Vaz.

A mensagem do Diretor do Agrupamento de Cister a todos os membros da comunidade (via e-mail):

Caros membros da comunidade de Cister.

Há poucas horas, dei-vos conhecimento do pedido de resposta que enviei para o "Correio da Manhã", sobre a "notícia", de página inteira, que veem acima e que saiu hoje /ontem no "Correio da Manhã". 
Agora, levo ao v/ conhecimento alguma informação suplementar sobre esta não notícia, que se arrastou no tempo, até rebentar quase em cima dos exames.
No entanto, mais lamentável do que a existência de jornais que fazem estes fretes, o que é verdadeiramente deplorável é a existência de pessoas capazes destas campanhas - sobretudo quando se trata de adultos "agachados" atrás de jovens alunos.
PRIMEIRA MARCA
Já repararam entre a prudência da epígrafe ("Alunos TERÃO TIDO acesso a provas de matemática") e a desmesura do título: "ACEDEM A TESTES ANTES DE OS FAZER"?
O que é que fica? 
O "facto", um facto que, pelos vistas, se mantém no presente: "Acedem" = [Naquela escola da fotografia, os alunos] "acedem" [continuam a aceder] "a testes antes de os fazer". 
Depois, no subtítulo, em letra mais miúda, continua a cautela: "Alunos terão descoberto".
SEGUNDA MARCA
Quem acusa deve ter certezas; não simples suspeitas. 
Houve três alunas que, em fevereiro, dia 12, acusaram duas alunas de terem tido acesso à palavra-passe da reprografia. Falamos. Insistiram. Por fim, refletimos sobre a gravidade da acusação e a dificuldade da prova: segundo os especialistas em informática do Agrupamento, nada havia no histórico dos computadores da reprografia que identificasse a existência de "intrusos", de quaisquer intrusos. Falei com as duas acusadas: tranquilas, mas indignadas, negaram firmemente terem acedido a qualquer conta. 
Pareceu-me que tínhamos concordado. 
O caso parecia ter-se desvanecido.
OS VILÕES NÃO DESISTEM (I) - 
Em 23 de março, recebi, com pedido de esclarecimento, um mail da Inspeção (IGEC), contendo uma "queixa", "assinada" por "Um grupo de alunos do 12º ano". 
É preciso viver muito para nos apercebermos da maldade de certa gente. Não acredito, porém, que os meus alunos pensem genuinamente que eu sou "complacente" com "criminosas", que não tenho profissionalismo e sou destituído de ética... Aqui há outros vilões, de velhas, persistentes e conhecidas vilanias. 
Nesse mesmo dia, alinhei os dados que possuía sobre o assunto e enviei-os à IGEC:
as medidas já tomadas - afinal, as únicas que podiam solucionar o problema, sem a fixação no "castigo" e na "punição": a mudança das palavras-passe, a análise da situação com a DT de Turma em questão, o professor de matemática da turma, as alunas visadas...
a falta de evidências sobre o "crime" praticado;
a negação de envolvimento das alunas "envolvidas";
a não concordância da acusação com os factos:
As alunas que tinham tido 15, 14, 13, 12, 13, 10, 12 e 9 nos 10º e 11º anos passaram a ter,  nos 1º e 2º períodos do 12º ano, respetivamente: 15, 13, 11, 12, 11, 10, 10 e 7. (Os valores estão misturados para evitar correspondências diretas, mas são rigorosamente estes.) Comparando as duas séries, como se provam os "16 valores" de que fala a notícia e o "favor indevido" em que a acusação pretende fundamentar a sua queixa?
porque razão esse favor (que, como se vê, não se percebe onde esteja...) não se estende a outras disciplinas - uma vez que o acesso à Reprografia franquearia a porta ao conhecimento prévio de todos os testes?
a existência de outras hipóteses explicativas, mesmo admitindo que, apesar de as evidências não confirmarem nenhum favor nenhuma vantagem, pudesse ter havido um "conhecimento prévio" dos instrumentos de avaliação:
A existência de um "corpus" de questões e exercícios que se repetem de ano para ano, de escola para escola, de professor, para professor;
o envio, por engano, para um mail da turma, para um mail que não fosse o da reprografia da escola;
... 
OS VILÕES NÃO DESISTEM (II)
A IGEC, que não é conhecida pela sua complacência, decidiu arquivar a "queixa", dizendo que o Diretor tinha tomado as medidas certas, na altura certa. 
O caso, porém, não podia acabar assim. Depois de não terem tido grande sucesso com a mediatização do "caso" a nível local, tentaram outra via: o jornal que publica meninas em poses pornográficas (coisa que também faz na CMTV), que fareja escândalos e crimes, poderia dar uma ajuda. E deu. Mesmo que diga coisas que qualquer cidadão com QI acima de 50 e alguma informação específica descobriria: "a conta de email da reprografia tem agora nova palavra-passe, mudada com frequência e comunicada aos professores de forma mais segura"!!!. Pode explicar melhor, Dra. Helena Silva? Já se ouviu maior disparate? 
Não. No entanto, mesmo assim, logo pela manhazinha,alguns aprendizes de vilões dedicaram-se a escrever coisas ao jeito do mais extremo e clássico behaviorismo, embora tivessem passado nas escolas tempo mais do que suficiente para pensar mais. 
E melhor.
OS ALUNOS NÃO ACEDEM AOS TESTES ANTES DE OS FAZEREM - 
Levamos muito a sério o que fazemos: a planificação dos testes, a sua fiabilidade. Preocupamo-nos em fazer testes que, no contexto de todo o Agrupamento, avaliem competências idênticas. Preocupamo-nos em garantir ritmos de aprendizagem que, embora garantindo alguma flexibilidade em relação às particularidades de cada turma, de cada aluno, sejam idênticos em todas as turmas, em todas as escolas. 
Temos dificuldades. 
Pode haver acidentes. 
No entanto, posso garantir que, por aquilo que tem visto em várias formações que ainda faço, as práticas administrativas e pedagógicas do Agrupamento de Escolas de Cister são claramente das mais rigorosas, coerentes e atuais que se fazem em escolas portuguesas. Orgulho-me do percurso feito pela grande maioria dos profissionais que trabalham connosco. 
Temos assistentes técnicos e operacionais fantásticos - e as operadoras da Reprografia da Escola Sede são dois excelentes exemplos disto mesmo; temos dos melhores professores que uma escola (pública e privada) pode desejar. Temos das melhores instalações escolares que se podem encontrar em Portugal. 
Também temos problemas e com eles aprendemos.
Também temos profissionais que não são aquilo que desejávamos. Quem não os tem? E, embora não os protejamos,  também com eles aprendemos; temos de aprender.
CONTINUAREMOS A TRILHAR O NOSSO CAMINHO - nem que ele seja feito por terras que não escolhemos, mas que aceitamos. Podem esperar de nós propostas atuais, práticas pedagogicamente coerentes e rigorosas. Continuaremos a receber prémios - e bons alunos são o melhor prémios que poderemos receber. Continuaremos a propor cursos profissionais inovadores, nascidos de parcerias com instituições de reconhecido mérito, desde a Academia de Música de Alcobaça, ao Cenfim, ao Cencal... Talvez doa a muita gente saber que, mau grado o gigantismo do Agrupamento, somos das realidades educativas mais bem sucedidas, se considerados todos os níveis de ensino. E somos, neste momento, referência em muitas dimensões do ensino.
Podem, pois, continuar a confiar em nós.
E, para todos as alunas pretensamente envolvidas nesta guerra de alecrim e manjerona, desejo a maior tranquilidade: podem ter a certeza de que não haverá nada mais para dizer ou intentar. Seja quem for, pode ter a certeza de que aqui, sim, vou assobiar para o lado. E vou desejar que tenham a maior tranquilidade possível para enfrentarem - TODOS E COM A MAIOR TRANQUILIDADE - a época de exames que se avizinha.
Obrigado pela confiança que, muitíssimos, hoje, me transmitiram.

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