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Zero denuncia elevado grau de poluição em aquíferos da região
Os dois aquíferos da região, os sistemas de Caldas da Rainha-Nazaré e o de Alpedriz, encontram-se “muito poluídos”. O alerta é da associação ambientalista Zero, que estudou 55 dos 62 aquíferos existentes em Portugal e concluiu que estes apresentam uma “poluição generalizada” que, no futuro, “pode impedir a utilização da água para consumo humano”.
De acordo com Carla Graça, os aquíferos da região estão poluídos com “nitratos e por azoto amoniacal, um tipo de poluição “muito relacionada com as explorações pecuárias”. A maior causa de poluição destes recursos hídricos parece ser a “aplicação de estrumes e/ou efluentes líquidos muitas vezes sem tratamento prévio”, explica a vice-presidente da Zero. A associação conclui, assim, que as atividades agrícolas estão na origem da maioria da poluição destes aquíferos.
O aquífero de Alpedriz tem uma área superior a 92 quilómetros quadrados e abrange os concelhos de Alcobaça, Batalha, Leiria e Porto de Mós. Já o sistema Caldas da Rainha-Nazaré ocupa 166 quilómetros quadrados em grande parte do concelho de Alcobaça e da Nazaré, Bombarral, Caldas da Rainha e Óbidos. Apesar da poluição, a responsável afirma que, no presente, “não existem riscos para a saúde pública, uma vez que o abastecimento de água da rede pública obedece a um controlo rigoroso”. Ainda assim, a ambientalista aconselha a quem utilize furos particulares a “realização de análises regulares”.
A análise da Zero, que abrange os anos 2011 e 2015, foi feita com base na informação disponibilizada pela APA, através do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos. Responsáveis por cerca de 33% do volume total de água potável consumido em Portugal, os sistemas subterrâneos são “uma reserva estratégica” e “essencial para prevenir os riscos, cada vez mais, evidentes e recorrentes de escassez hídrica”, mas “a poluição pode colocar em causa a utilização atual e futura destes recursos”, alerta a Zero.
A associação encontrou sinais de poluição por azoto em 46 e por nitratos em 29, exigindo, por isso, “fiscalização eficaz nas explorações pecuárias, que têm de conseguir tratar as suas águas residuais e a retirada de todos e quaisquer apoios públicos aos agricultores que comprovadamente utilizem fertilizantes em excesso”.
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quarta-feira, 20 de setembro de 2017
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