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quarta-feira, 31 de março de 2010

Elementos justificativos da venda da Alva de Pataias (14)

CIBRA
Companhia Portuguesa de Cimentos Brancos
PATAIAS-GARE
Nº2.431

21 de Setembro de 1953

Ex.mo Senhor

Em 13 de Agosto p.º p.º, pela nossa carta nº2.122, expusemos a V. Ex.a, em prosseguimento de negociações anteriores, o nosso ponto de vista sobra a aquisição de parte do baldio «Alva de Pataias».
Esta propriedade podia interessar-nos por duas razões:
a)    Pretendemos adquirir novas pedreiras;
b)    Desejamos iniciar a construção de um bairro operário e outras obras de carácter social.
Quando iniciámos as primeiras negociações com essa Câmara, solicitámos a avaliação de um perito florestal. Os termos gerais dessa avaliação foram transmitidos a V. Ex.a pela nossa citada carta e concluíam por um número: 1.050 contos.
Mais tarde, a Direcção Geral da Assistência mandou fazer outra avaliação. Foi-nos transmitido o bem elaborado relatório dos peritos oficiais.
Este relatório chegou a um número muito mais elevado: 2.058 contos.
Esta Companhia, apesar de um aumento de 1.008 contos, quase o dobro, aceitou a avaliação oficial, sem a discutir, pois estava baseada em avaliação minuciosa feita por técnicos indicados por Direcção-Geral competente.
A Câmara Municipal, baseada em avaliação a que mandou proceder por intermédio de outra Direcção-Geral competente solicitou 2.920 contos e agora 2.720 contos.
Não conhecemos os termos dessa outra avaliação oficial invocada por essa Câmara, mas não podemos, infelizmente, aceitar o seu cômputo.
Continuamos firmes na nossa oferta de 2.058 contos, de acordo com a avaliação oficial que conhecemos e aceitámos.
Aproveitamos este ensejo para apresentar a V. Ex.a os nossos cumprimentos de muita consideração e subscrevemo-nos
 

De V. Ex.a
Muito Atenciosamente
Companhia Portuguesa de Cimentos Brancos
O ADMINISTRADOR-DELEGADO

a)    Joaquim Matias


Assim termina a primeira parte do livro “Elementos Justificativos da Venda da Alva de Pataias”, edição da Câmara Municipal de Alcobaça, Dezembro de 1961.
O primeiro período, de 1948 a 1953, aborda as conversas iniciais e as divergências quanto ao montante da venda, tendo o negócio ficado num impasse por 200 contos: a Cãmara pedia 2920 contos, a Cibra oferecia 2720.
A segunda parte do livro corresponde ao período de 1959-1961 e aborda os contornos finais do negócio.
Continuarei a publicação dos excertos do livro, conforme a disponibilidade.

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