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sexta-feira, 19 de março de 2010

A lixeira na pedreira da CIBRA em destaque nacional

Notícia de hoje (19/03/2010) do Diário de Notícias

Ambiente
As cidades que mais querem Limpar Portugal

por BRUNO ABREU


Lisboa, Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Alcobaça são os concelhos com mais voluntários para deixar o País "num brinco"

Lisboa, Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Alcobaça são os conselhos do País que estão mais perto de se tornarem os campeões do Limpar Portugal. Esta iniciativa irá ocorrer amanhã um pouco por todo o País e, segundo confirmou ao DN Paulo Pimentel Torres, da coordenação nacional, estes são os quatro concelhos com o maior número de inscritos na iniciativa pela internet: 797 em Lisboa; 515 em Guimarães; 412 em Famalicão e 83 em Alcobaça. Além da internet, as pessoas podem inscrever-se noutros locais, como juntas de freguesia e câmaras municipais. Por isso esperam-se 100 mil participantes.

"As pessoas tomaram a acção de limpar o sítio onde vivem a peito". Esta poderá ser uma das razões que leva os habitantes de Alcobaça a participarem no programa. Com 83 membros do grupo no site do Limpar Portugal, Júlio Reis, coordenador concelhio, espera que apareçam cerca de 400 pessoas. Alcobaça é, nas palavras do coordenador, um local "onde se encontra muito lixo industrial". Por isso nem hesitou em nomear a antiga cimenteira Cibra, localizada na freguesia de Pataias, como o ponto de limpeza que vai exigir mais trabalho: "É um complexo enorme, com um quilómetro quadrado, usado como lixeira. Não era fiscalizado e não podia ser encerrado, por isso as pessoas usavam-no para despejar lá entulho".

Já em Lisboa, o problema parece ser o lixo citadino. "Ainda hoje vinha no metro e, ao sair na estação do Jardim Zoológico, o chão estava cheio de jornais gratuitos. A falta de civismo deixa-me os cabelos em pé", conta Vanda Marques, da secção regional da Quercus.

Para a ambientalista, Lisboa é uma cidade "suja" e "basta caminhar pelas ruas para nos apercebermos disso". "Ainda há uma atitude displicente dos lisboetas em relação à cidade. Vê-se muita gente a deitar lixo para o chão. Ou então a transformar os ecopontos em autênticas lixeiras, deitando lá móveis, electrodomésticos e lixo orgânico", explica.

A grande população da capital pode ser uma explicação para o facto de haver mais voluntários, além de uma população jovem motivada para proteger o ambiente. O facto de na lista se seguirem cidades mais pequenas, tem uma razão de ser para Vanda Marques - "nas terras mais pequenas há um sentimento de pertença que as motiva" - que não se vê nos bairros típicos alfacinhas. "Esperava que sim, mas não há um sentimento bairrista em Lisboa para manter a zona limpa. Outro dia vinha da Mouraria, perto do Martim Moniz, e reparei que num local tinha uma tabuleta que dizia 'Não faça deste local uma lixeira'. Passei lá nos dias seguintes e todos os dias haviam sacos do lixo encostados à placa", conclui incrédula.

Esta "costela" mais regional parece existir em Vila Nova de Famalicão. "A cidade em si está limpa, ao contrário do que acontecia há 20 anos", diz Teresa Fonseca, da Vento Norte, associação de defesa do ambiente desta cidade nortenha. Os casos de excesso de lixo registados por esta professora de matemática costumam ocorrer depois das "actividades nocturnas" dos jovens famalicenses. Os seus alunos alertam-na para "electrodomésticos nos descampados perto de suas casas"."Espero que ajude a mudar mentalidades. Não é difícil limpar, as pessoas têm de deixar de ser preguiçosas", termina.

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