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sábado, 10 de outubro de 2015

Importante espólio literário entregue à Biblioteca de Pataias

A notícia na edição 1155 do Região de Cister de 8 de outubro de 2015

Pataias - Obras literárias são de valor incalculável
Livros de Abílio Baldaque Romão foram doados à Biblioteca

Mais de 600 livros do espólio bibliotecário de Abílio Baldaque Coutinho Romão, filho de Abílio Coutinho Romão, foram oferecidos à Biblioteca de Pataias. “De valor incalculável”, o conjunto de obras agrupa livros de filosofia, política, literatura, história, economia e farmácia. A maioria das obras foi editada nas décadas de 60 e 70 do século passado, havendo mesmo vários livros com dedicatória dos autores da época.
Kant, Freud, Platão, Pablo Neruda, Sartre e Marx são alguns dos autores das obras que podem encontrar-se na Biblioteca de Pataias. Entre as seis centenas de livros existem várias primeiras edições, cujo valor vai ser agora apurado.
Fátima Mota, bibliotecária do Espaço Cultural de Pataias, garante que “há livros de valor incalculável”. As obras que perfilavam na biblioteca pessoal de Abílio Baldaque Coutinho Romão estão, para já, guardadas num lugar seguro até a autarquia decidir onde e como as vai colocar à disposição dos utentes da Biblioteca.
Valter Ribeiro, presidente da União de Freguesias de Pataias e Martingança, assume que o executivo vai “analisar a melhor forma de acondicionar e expor os livros”, tendo em conta que o espaço disponível na Biblioteca de Pataias não é suficiente para expor as 640 obras.
A solução poderá passar pelo adiamento da exposição das obras de Abílio Baldaque Coutinho Romão até que a Biblioteca de Pataias, a par dos serviços da Junta de Freguesia e da Universidade Sénior, passe para as instalações da EB 1 de Pataias, no próximo ano letivo, data em que a escola deverá ser transferida para as instalações da EB 2,3.
Apesar do apelido de Abílio Baldaque Coutinho Romão ser familiar aos pataienses, poucos saberão de quem estamos a falar. Filho de Abílio Coutinho Romão, herdou as várias farmácias que o pai detinha em Lisboa e em África, assim como a casa de Pataias, vulgarmente apelidade de “palacete”, devido à sua arquitetura.

Comentário


A quem impediu a destruição/ perda destes livros e que agora os fez chegar ao Espaço Cultural/ Biblioteca de Pataias, disponibilizando-os para o usufruto da população:
MUITO, MUITO OBRIGADO.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A Biblioteca de Abílio Baldaque Coutinho Romão (Breves Notas Soltas)

    Para quem pensava que a Biblioteca existente no dito Palacete, era da autoria do Abílio Coutinho Romão que se desengane. Foi o seu filho Abílio Baldaque Coutinho Romão que iniciou não só a colecção como também a catalogação dos próprios livros.
    Abílio Baldaque nasceu a 29 de Outubro de 1923, frequentando o liceu Salvador Correia em Luanda - Angola.
    Seguiu os paços de seu pai como Farmacêutico e veio mais tarde a herdar as suas farmácias que detinha não só em Lisboa como em Luanda, depois da morte de seu pai em 1961 (Sabe-se que pelo menos desde 1958, Baldaque se encontrava já à frente dos negócios do Pai). Casou com Maria Ana Carvalhosa e Oliveira Bertrand Romão. Uma interessante carta de família refere o inicio da própria Biblioteca "Lembra ao Snr. Sérgio o envio dos livros, que podem vir em mão do filho do major, como anteriormente ficou combinado. Diz que lhe estão fazendo muito falta, pois começou a tatar da biblioteca a sério, fazendo fichas de todos os livros etc..."Esta carta data de 13 de Outubro de 1957. Segundo se sabe e analisando o Catálogo dos livros (Catálogo que também se encontra na biblioteca de Pataias), não haveria uma das sim duas ou três Bibliotecas, uma na casa de Pataias, e as outras na casa de Lisboa. Sabe-se Abílio Baldaque tinha uma casa na Alameda D. Afonso Henriques em Lisboa (Provavelmente a casa do Pai) e uma outra na Rua Rey Colaço. Ao todo, e se fosse possível reunir todo o espólio das bibliotecas que detinha em todas as casas, seriam cerca de 6000 livros.
    Em 1961, falace Abílio Coutinho Romão (Entre a Família, de forma a destingir entre filho e Pai, o Abílio Coutinho Romão era tratado como Pai Romão), ficando a residir na casa de pataias a sua mulher Maria Baldaque (mãe de Abílio Baldaque) que falece na década de 80. Até 1993, a casa de Pataias, encontra-se sob responsabilidade da caseira "menina" Olívia. Depois da sua morte em dezembro de 1993, Abílio Baldaque coloca a casa á venda (sabe-se que um dos valores a que chegou a estar à venda foi de 21 mil contos). Por volta de 1998, antes da venda da casa, um antiquário de Lisboa desloca-se a Pataias a mando de Abílio Baldaque e leva todo o espólio decorativo para Lisboa. Os livros, foi o que restou, talvez por não ser demasiado valioso. Alguns populares que chegaram a entrar na casa, dizem mesmo que existiam quadros que valiam um milhares de escudos na altura. Ainda por volta de 1998 ou 1999, a casa é vendida, e é precisamente esse novo proprietário que, devido á vandalização que a casa já estava a sofrer, embala todos os livros que ainda se encontram na casa e os guarda numa propriedade que detinha na Burinhosa. Por volta de 2010, devido a algumas dividas, o banco penhora a propriedade. Os caixotes amontados na garagem da propriedade são deixados para trás pela família. Durante as Limpezas o banco ainda tentou desfazer-se dos caixotes, mas um Burinhosense, pegou neles e os arrumou em sua casa até os doar à Biblioteca.

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