A notícia é do Diário de Notícias
A praga do nemátodo da madeira do pinheiro (NMP) já chegou ao histórico Pinhal de Leiria, onde está a provocar a morte a dezenas de árvores, denuncia o presidente da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA), Pedro Serra Ramos. Uma situação que, refere o responsável, "demonstra" que as medidas tomadas pelo Ministério da Agricultura para conter a propagação da doença "não foram as mais adequadas".
"Há sinais claros de que muitas árvores estão a morrer no Pinhal de Leiria, afectadas pelo nemátodo. Basta passar na região para se ver que existem árvores mortas dos dois lados da estrada", diz o presidente da ANEFA, alertando que a doença "tende a alastrar-se por todo o território nacional, colocando em risco centenas de empresas e de trabalhadores".
De acordo com Pedro Serra Ramos, uma vez atingido o emblemático Pinhal de Leiria - uma vasta zona com cerca de 15 milhões de árvores espalhadas por 11 mil hectares -, Portugal corre o risco de ver "destruído todo o legado em termos de fileira de pinho". No distrito de Leiria já havia sido detectada a presença do NMP na Mata Nacional de Valado de Frades (Nazaré) e no Juncal (Porto de Mós).
Contactado pelo DN, o Ministério da Agricultura garante que as suspeitas da ANEFA não têm fundamento. "No Pinhal de Leiria foram feitas 141 amostras, nenhuma das quais com resultado positivo", esclarece o gabinete de Jaime Silva, recordando que no seguimento da detecção de novos focos de nemátodo na região centro, em 2008, "foi intensificada a prospecção em todo o território continental", sem que tenham sido recolhidas amostras positivas na Mata Nacional de Leiria.
Também o investigador da Universidade de Évora Manuel Mota, que há dez anos detectou a existência da doença em Portugal, diz não ter informação da presença do nemátodo em Leiria, embora considere que se trata de uma zona onde existe "risco de contaminação" por se encontrar próxima de outros locais já afectados, como o perímetro florestal do Buçaco: "A Mata Nacional de Leiria tem um valor e um significado histórico de enormes dimensões, pelo que naturalmente, para qualquer português, uma ameaça como a do NMP é altamente preocupante."
Salientado o esforço feito ao nível da investigação e da fiscalização, Manuel Mota diz que outro passo importante para combater a doença é "terminar com o ambiente crispado entre as associações e o Estado, e todos compreendermos que somos poucos para minorar este grave problema".
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