Empresários aguardam golfe e equipa,mentos públicos colectivos
Investimentos na Pedra do Ouro à espera de melhores dias
Investimentos na Pedra do Ouro à espera de melhores dias
Dos 592 fogos previstos para a Pedra do Ouro, no âmbito do projecto imobiliário Pinhal Atlântico Golfe, apenas se venderam 57. O mercado está estagnado, situação que os investidores atribuem à crise, ao atraso dos campos de golfe e à ausência de equipamentos públicos colectivos.
Quando foi anunciada, em 2005, a intenção de construir um mega-projecto de golfe naquela praia da freguesia de Pataias, o interesse imobiliário por aquela praia cresceu de tal forma que surgiu no mercado um empreendimento com 200 lotes (num total de 592 fogos) junto à Estrada Atlântica. Hoje, há apenas 20 lotes e 146 casas construídos. Dessas, apenas 57 foram vendidas.
Os investidores, que avançaram inicialmente com cautela, estão agora parados, à espera de escoar os imóveis existentes. “Quando comecei a trabalhar na área das vendas, imaginei que em Março de 2010 não tivéssemos 20 lotes construídos, mas 20 lotes por construir”. A confissão é de Luís Rodrigues, agente imobiliário do Pinhal Atlântico Golfe, que não arrisca cenários futuros, num panorama em que há actualmente disponíveis para venda 89 fogos. “No Verão pode não haver casas para vender, já que há muitos lotes comprados mas não construídos”, o que significa que o investimento nos terrenos está feito, mas quem os comprou prefere esperar para construir moradias.
José Jesus Carreira é cauteloso no investimento. Construiu oito moradias T2, de dois pisos, e tem metade por vender. Está conformado com a especulação imobiliária, que ditou que o terreno de 2 mil metros quadrados custasse 250 mil euros. Tem outro pronto para um projecto vanguardista, com moradias suspensas num primeiro piso, espaços comerciais na zona inferior e piscina no terraço. Por enquanto, prefere olhar o projecto apenas em 3D.
Para além da crise, que é conjuntural, os investidores e imobiliários apontam o dedo ao atraso dos campos de golfe (ver caixa). “Se começassem a mexer em alguma coisa, no terreno, vendia-se melhor”, crê José Jesus Carreira. O projecto poderá igualmente mudar o tipo de cliente. “Deixaremos de ter a pessoa que compra, porque quer ter uma casa na praia e passaremos a ter o cliente que joga golfe”, considera Luís Rodrigues, que explica que os compradores da Pedra do Ouro se dividem entre portugueses, ingleses, irlandeses, holandeses e até cidadãos dos Emiratos Árabes Unidos.
O investimento (ou a falta dele) por parte da Câmara de Alcobaça também está na lista de “culpados” pela estagnação do mercado. Num empreendimento onde há moradias T2 à venda por 230 mil euros não há saneamento, como não existe na zona mais antiga da Pedra do Ouro. Os esgotos são enviados para fossas. “Vamos tentar fazer o saneamento este ano”, refere o presidente da Câmara, que diz que essas obras avançarão mesmo antes da construção da nova ETAR por parte da Águas do Oeste.
Os investidores do novo empreendimento não reclamam melhores acessos viários à praia, sob pena de aquela estância balnear perder qualidade. “Não queremos aqui uma Vieira de Leiria ou outra Nazaré”, sublinha Luís Rodrigues, que fala, antes, de melhores acessos pedonais, bem como da criação de mais um apoio de praia. Na Pedra do Ouro há dois cafés, um restaurante, um mini-mercado e uma residencial. Paulo Inácio concorda com as reivindicações dos empresários e anuncia que a Câmara está em negociações com a Administração da Região Hidrográfica no sentido de resolver a situação.
Na calha poderá ainda estar uma melhor harmonização entre a zona nova e a antiga. “Achamos fundamental preservar e manter, mas dando qualidade. Não podemos esquecer que as coisas simples são as mais importantes para o turista”, defende Luís Rodrigues, para quem a ciclovia da Estrada Atlântica é um exemplo a seguir.
Falta luz verde da CCDR
Os campos de golfe, que foram anunciados em 2005, continuam em projecto e aguardam o aval de entidades estatais, já que parte dos terrenos onde se prevê a sua construção integram a Reserva Ecológica Nacional.
A Câmara já tem em sua posse vários pareceres positivos. “O que interessa agora é a posição definitiva da CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional]”, disse ao REGIÃO DE CISTER Paulo Inácio, que refere que há ainda questões de ordem ambiental por resolver, nomeadamente no que se refere à protecção dos recursos hídricos. O trabalho de levantamento desses recursos está a ser efectuado em parceria com aquele organismo e os promotores do projecto, adiantou ainda o chefe do município.
O projecto, como explicou há cinco anos o arquitecto que o assina, Leonel Fadigas, distingue-se por “princípios de sustentabilidade ambiental”. Está prevista a utilização de materiais recicláveis e painéis solares e fotovoltaicos. Para além dos campos de golfe e dos hotéis, o empreendimento prevê ainda um centro desportivo, com piscinas, campos de ténis e um clube infantil, e um centro equestre, estando prevista a instalação de um campo de pólo.
La lentitud y trabas administrativas no ayudan nada a los inversionistas. En esta zona uno sabe cuando empieza, pero nunca cuando acaba de resolver problemas con la administración...
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