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Portugal tem mais praias classificadas, mas menos excelentes e seis más
Portugal tem 451 praias excelentes, 85% do total das classificadas, mas a situação piorou, com menos zonas balneares de "nota" máxima e o aparecimento de seis praias com má qualidade
"No ano de 2015, temos um recorde de zonas balneares e, em comparação com o ano passado, temos mais 26 águas balneares classificadas como tal", totalizando 569 praias, disse Francisco Ferreira da Quercus.
Agora, porém, há "seis praias classificadas como más, quando, no ano passado, não tínhamos qualquer praia 'má'", o que é uma percentagem mínima, de 1,1% do total, mas também "é um sinal de que estamos a piorar", avançou o técnico da associação ambientalista, que se baseou em dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para elaborar a sua análise.
No grupo das "más" destaca o caso particular da Madeira, já que quatro são na região autónoma, "duas no Funchal - a praia do Gorgulho e a praia de Poças do Gomes Doca do Cavacas - e duas no Machico, Banda D´Além e S.Roque", especificou Francisco Ferreira.
Uma das outras duas é interior, em Vila Verde, que é a praia do Prado Faial, e a outra é de transição, em Ovar - a praia do Areinho.
Do total das 569 zonas balneares, "um número muito significativo", segundo o especialista, 439 são praias costeiras, 109 interiores (mais 13 do que na classificação anterior) e 21 são de transição, o que significa não serem interiores nem costeiras, localizando-se habitualmente em zonas de estuário de rio.
Entre as praias classificadas, "nós tínhamos 91% de praias excelentes, em 2014, e baixámos para 84,8%, não podemos dizer que estamos mal", pois ter esta percentagem "é muito bom, mas o problema é a tendência" descendente, frisou Francisco Ferreira.
Para completar a análise, é referido que, das 569 praias, 37 não têm classificação, 11 das quais são novas na lista, 16 têm uma qualidade aceitável (a seguir à má), 59 são boas e 451 excelentes.
Os resultados das análises desta avaliação são recolhidos no conjunto dos quatro anos anteriores, neste caso, de 2011 até 2014, e servem de base para a informação transmitida a nível nacional e europeu aos consumidores que vão começar a frequentar as praias na nova época balnear que, em Portugal, na maioria dos casos, decorre entre junho e setembro.
Os dois parâmetros em destaque nas análises são a presença ou não dos enterococos intestinais e da `escherichia coli`.
Para Francisco Ferreira, os resultados obtidos mostram que há a necessidade de se fazer uma avaliação muito detalhada do que está a acontecer nas praias portuguesas, até porque a diretiva comunitária que regula esta área não deixa dúvidas.
Segundo o responsável da Quercus, a diretiva "é clara ao dizer que, até final da época balnear de 2015, todas as águas balneares devem ser classificadas, pelo menos, como aceitáveis e devem ser tomadas medidas para aumentar o número de águas excelentes ou boas", alertou.
Aliás, "para conseguirmos cumprir a diretiva, temos de melhorar e resolver os problemas que podem ser de esgotos urbanos, ainda com deficiência de tratamento, estar relacionados com alturas em que o tratamento não é devidamente efetuado, ou com ribeiras próximas das praias com níveis de contaminação significativos", acrescentou.
Para sugestões, comentários, críticas e afins: sapinhogelasio@gmail.com
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