Para sugestões, comentários, críticas e afins: sapinhogelasio@gmail.com

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

À pata aias

 Crónica no Pataias à Letra, edição nº23, dezembro 2022


A democracia

 

A propósito da democracia, um amigo meu costuma dizer: «Adoro a democracia. Não há ninguém mais democrata que eu, desde que concordem comigo».

A recente iniciativa de tentativa de desagregação da União de Freguesias de Pataias e Martingança foi, em praticamente todo o processo, uma excelente lição sobre as virtudes (e defeitos) da democracia.

A iniciativa, alegadamente, partiu de um grupo de cidadãos da Martingança que recolheram mais de cinco centenas de assinaturas para que o assunto fosse discutido em Assembleia de Freguesia. Esse grupo de cidadãos construiu uma proposta e conseguiu, junto dos elementos da Assembleia de Freguesia, a marcação de uma sessão extraordinária para que o assunto fosse discutido. Um exemplo do funcionamento da democracia e das suas instituições.

Na discussão do assunto na assembleia do dia 30 de novembro, os cidadãos proponentes tiveram oportunidade de explanar os seus motivos para a desagregação da freguesia. Um exemplo do funcionamento da democracia e das suas instituições.

Dos treze elementos eleitos, apenas quatro usaram da palavra para se pronunciarem sobre a desagregação. Uns, a coberto de declarações de voto partidárias; outros, corajosamente e dando publicamente “a cara e o corpo às balas”, em nome individual. Uns a favor, outros contra. Um exemplo do funcionamento da democracia e das suas instituições.

Na assembleia, cada um esgrimiu os argumentos que entendeu como válidos. Curiosas foram as reações do público, que não se coibiu de cortar a palavra e de pronunciar como falsas as palavras que não lhes agradavam, protestando e interrompendo a argumentação dos oradores. E calando-se quando algumas “incorreções” que lhes eram favoráveis eram ditas. Alguns destes elementos exibem com orgulho a larga experiência do uso de palavra em assembleias, onde sempre expuseram livremente as suas ideias. Um exemplo de como olham o funcionamento da democracia e as suas instituições.

Quanto ao público presente na assembleia, das cerca de cinco centenas de assinaturas num processo tão determinante para a União de Freguesias e em especial para a Martingança, pouco mais de três dezenas estiveram presentes. Do povo da Martingança, registaram-se quase só as presenças de antigos autarcas e figuras políticas associadas a partidos com representação nas Assembleias de Freguesia e Municipal. Um exemplo de como os cidadãos se interessam pelo funcionamento da democracia e as suas instituições.

Pré e pós assembleia, as histórias de bastidores de reuniões públicas – e privadas –, reuniões políticas, desafetos políticos por lugares em listas nas últimas autárquicas, declarações de voto partidárias. Um exemplo de como se “organiza” a democracia e as suas instituições.

No final, uma votação de oito votos contra a desagregação e cinco a favor, pelos legítimos representantes eleitos pela população. A União de Freguesias de Pataias e Martingança mantém-se. O pleno funcionamento da democracia e das suas instituições.

Há, contudo, um erro de forma em todo este processo. Narcisicamente, algumas pessoas sempre olharam para o fim da freguesia de Martingança. Esqueceram-se que a freguesia de Pataias também se extinguiu. E no âmbito da democracia e nas competências das suas instituições, poderiam ter perguntado o que a antiga freguesia de Pataias pensa sobre o assunto. De forma democrática.


terça-feira, 15 de novembro de 2022

À pata aias

Crónica no Pataias à Letra, edição nº22, novembro 2022 


A avenida

 

A denominada primeira fase da reabilitação da Avenida Rainha Santa Isabel encontra-se a caminho da sua conclusão. Paulatinamente, os arranjos paisagísticos do Largo Comendador Matias vão tomando forma, recuperando um lago no lugar do antigo poção e uma nova estrutura que aparentemente recordará os antigos coretos e cuja utilidade, qualidade estética e peça de memória me deixam curioso.

Fala-se de uma segunda fase para o troço entre a rotunda da fonte e a rotunda dos bombeiros. Atendendo à experiência já concretizada, serão certamente defendidos os interesses da Infraestruturas de Portugal e da Estrada Nacional 242 em detrimento de Pataias e da Avenida Rainha Santa Isabel.

No entanto, esta mesma Estrada Nacional tem no território da União de Freguesias uma necessidade de intervenção cada vez mais e urgente e necessária. Refiro-me ao troço entre a Martingança e Pataias, especialmente entre os Calços e a Ferraria.

Para quem diariamente utiliza a estrada, somos brindados por uma proibição de ultrapassar que se estende por 2,7 km entre a Cabrela (ao cemitério) e a entrada da Martingança (ao cruzamento para a Burinhosa), dos quais 2,3 km são uma reta (convidativa a acelerações). Neste troço de estrada, contabilizam-se também 17 entradas de estradas e caminhos (9 no sentido Pataias-Martingança e 8 no sentido Martingança-Pataias), para além de um incontável número de acessos diretos a parqueamentos de camiões, oficinas e stands de automóveis, espaços comerciais, indústrias, supermercados, restaurantes, postos de abastecimento de combustíveis e casas particulares. Um fartote.

À noite, a iluminação desta via é inexistente ou, na melhor das hipóteses, sofrível. Agora de Inverno, depois das 18h, com chuva e trânsito é um “ai jesus” e um alívio quando chegamos ao nosso destino incólumes depois de cruzar este autêntico corredor da morte.

Sim. Corredor da morte. Os acidentes mortais têm-se repetido com infeliz frequência, a chapa batida uma constante semanal e os sustos e tangentes uma realidade diária (várias vezes ao dia). E a culpa não será apenas dos automobilistas.

Este troço Cemitério-Martingança necessita, a bem da segurança rodoviária, de uma profunda intervenção. Do arranjo das bermas a uma boa iluminação, de um separador central a um conjunto de rotundas dissuasoras da velocidade: uma no cemitério, uma à saída de Pataias/ entrada da Ferraria, uma junto à antiga Sifamolar e outra nos Calços junto à Transforpel no acesso à área industrial e rua da Forcada. Não haveria cortes na via e os carros seriam obrigados a circular pelas rotundas. Sim, eu sei que seria chato para quem é de Pataias e quisesse uma pizza tivesse que ir até ao fim da Ferraria para poder aceder ao restaurante e para quem é da Martingança para ir ao supermercado tivesse que vir quase até à Ferraria. Mas lá que seria mais seguro – e mais lento – não tenho a menor das dúvidas.

Assim, enquanto se discute um segundo arranjo estético da Avenida Rainha Santa Isabel que possivelmente a transformará num troço mais aprazível da EN242, deveríamos estar a discutir a verdadeira requalificação da EN242 entre Pataias e Martingança numa via segura para todos os que a utilizam e que transformaria a Estrada Nacional numa verdadeira via urbana (que já o é).

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Deslocalização do centro de vacinação da Covid-19

A informação em:

https://www.cm-alcobaca.pt/pt/noticias/28487/deslocalizacao-do-centro-de-vacinacao-da-covid-19.aspx


Informam-se os munícipes da deslocalização do Centro de Vacinação da COVID-19 para o Pavilhão 6 da Cooperativa Agrícola de Alcobaça (conhecida como Sala da Debulhadora). As novas instalações entrarão em funcionamento a partir do dia 26 de outubro (quarta-feira) com o seguinte horário:

Terça a Sábado

09h30-17h00

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Centro Escolar de Pataias

A notícia em:

https://www.regiaodeleiria.pt/2022/10/futuro-centro-escolar-de-pataias-esta-aprovado-e-vai-custar-5-milhoes/


ALCOBAÇA

Futuro Centro Escolar de Pataias está aprovado e vai custar 5 milhões de euros

Presidente da Câmara de Alcobaça considera aprovação do projeto “um momento histórico para todo o concelho”



A requalificação e ampliação da Escola Básica 2/3 de Pataias, no concelho de Alcobaça, foi aprovada em reunião de câmara, num projeto que dará origem ao futuro Centro Escolar de Pataias, que implica um investimento de cerca de 5 milhões euros, anunciou o município.

O projeto foi votado favoravelmente na reunião do executivo de 18 de outubro e prevê a requalificação dos quatro corpos existentes, segundo nota divulgada pela Câmara de Alcobaça. Está prevista a construção de um novo edifício para servir funções administrativas e um auditório.

O Centro Escolar de Pataias contempla três salas para a Pré-escola, 12 para o 1º Ciclo, oito para o 2ª ciclo (três delas partilhadas com o 1ª Ciclo) e 12 para o 3ª Ciclo de ensino.

Entre as alterações, destaque para as que dizem respeito à acessibilidade, nomeadamente preparando a instalação para alunos e professores com dificuldades motoras. A nível da entrada, está prevista uma alteração, propondo-se que a mesma aconteça pelo lado norte, num espaço coberto.

“Esta obra representa um passo importante e significativo para a conclusão da Carta Escolar assim como a garantia que os jovens de Pataias terão condições de ensino de excelência, as mesmas que os alunos das freguesias dotadas de centros escolares já beneficiam”, justifica o presidente da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, citado na nota difundida pelo município.

O autarca considera a aprovação do projeto “um momento histórico para todo o concelho de Alcobaça, em particular para a União de Freguesias de Pataias e Martinganças” pelo que significa em termos de “igualdade de oportunidades, neste caso a nível da educação”.

sábado, 15 de outubro de 2022

À pata aias

 Crónica no Pataias à Letra, edição nº 21, outubro 2022


O regresso

 

De acordo com os dados ainda provisórios do INE para os Censos de 2021, a população jovem residente na União de Freguesias de Pataias e Martingança regista 749 habitantes até aos 14 anos. Este número representa uma diminuição de 13,2% relativamente aos valores de 2011 e de 19,2% para o ano de 2001. Por outras palavras, a UFPM perdeu 1 em cada 5 jovens com menos de 14 anos desde o início do século.

Estes dados são especialmente importantes quando se discute novamente o hipotético Centro Escolar de Pataias que. alegadamente, transformará a EB2,3 de Pataias num estabelecimento que integrará alunos do pré-escolar ao 9º ano. O desafio que se coloca para a próxima década no ensino em Pataias, será, a este ritmo, assegurar o número de alunos suficientes para que não haja a tentação de fechar ciclos de ensino por falta de “clientes”.

As atuais instalações da EB2,3 de Pataias padecem de 40 anos de uso intensivo. Eles eram os estores partidos e que não abriam; eles são os bocados de teto que caem nos átrios dos blocos; eles são as salas de aula geladas no inverno e muito quentes no verão; eles são as casas de banho degradadas; eles são a rede de saneamento obsoleta e a falta de pressão de água nas canalizações; eles são os projetores que trabalham dia-sim dia-não; eles são os computadores com 15 anos; eles são as redes informáticas e de internet e o acesso wi-fi que funcionam maravilhosamente numa noite seca de sábado para domingo; eles são os balneários do pavilhão e a falta recorrente de água quente; eles são a falta constante de funcionários. E poderia continuar.

As novas instalações, espera-se, darão resposta a grande parte dos problemas estruturais agora existentes. Mas a reabilitação das atuais instalações para os próximos 40 anos terá também de ser sinónimo de novas valências agora em falta: sala específica para aprendizagem de música, laboratórios funcionais e anfiteatro com capacidade para 200 pessoas (o atual número máximo de alunos por ciclo de ensino). A eficiência energética das novas instalações e o aproveitamento das águas pluviais para rega são também dois importantes aspetos a considerar.

Como sempre, as obras que são feitas em Pataias são “segredo de estado”. Dizer que ninguém conhece o projeto é um exagero. Mas referir que quem será diretamente afetado por ele (professores, alunos, funcionários, encarregados de educação) o desconhece, é uma certeza. Entretanto, o presidente da Câmara anunciou em Assembleia Municipal que o concurso público será levado a reunião até ao final do mês de outubro.

Em contraciclo, a população com mais de 65 anos registou um acréscimo de 22,7% deste 2011 e 41,2% desde 2001. Quando preocupados com o futuro não podemos esquecer o presente, e o presente, atualmente, são os idosos.

Setembro é também a data de regresso às aulas na Universidade Sénior de Pataias. Quase uma centena de alunos, quase trinta disciplinas. Os impactos na vida dos alunos e das suas famílias são inquantificáveis. Pena é que o mérito, o trabalho e os resultados não sejam reconhecidos devidamente e que a cultura e a educação continuem a ser encarados como uma filha (bastarda) menor.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

À pata aias

 Crónica no Pataias à Letra, edição nº 20, setembro 2022


A valorização da floresta

 

Ao contrário de outros países, a floresta nacional assume caraterísticas distintas: regime de monocultura (eucaliptais, pinhais – bravo ou manso –, montado de sobro ou azinho); grande número de propriedade privada; pequeno tamanho da propriedade florestal; ausência de cadastro. Por outras palavras, os terrenos são pequenos, muitos deles não se sabe a quem pertencem e são ocupados por uma única espécie arbórea, quase sempre em grandes manchas contínuas.

Uma proposta para resolução do problema dos incêndios será intervir nestes domínios.

O primeiro passo será a elaboração do cadastro florestal (identificação e georreferenciação da propriedade), ou seja, saber «de quem é este terreno?».

Determinada a propriedade, será estabelecer uma política de emparcelamento, agregando os pequenos terrenos florestais em terrenos únicos, pois as novas propriedade florestais daí resultantes, pela sua dimensão, permitirão uma gestão florestal mais eficaz. Quer coletiva, quer individualmente.

De seguida, a elaboração de planos de gestão florestal que contemplem áreas de produção florestal, áreas de proteção de biodiversidade e áreas “tampão” para prevenção e combate aos incêndios. Esta gestão florestal poderia ser agregada em grandes áreas através do que hoje se conhece como ZIF – Zonas de Intervenção Florestal. Nestas ZIF, que agregariam os diversos proprietários, a gestão florestal e os resultados da mesma obedeceriam ao princípio da perequação, ou seja, uma receita total a ser distribuída equitativamente pelos diversos proprietários em função da área respetiva.

Este princípio da perequação, adotado em grandes operações urbanísticas, permitiria que numa vasta área territorial pudessem coexistir diversas manchas arbóreas (homogéneas ou heterogéneas), com diferentes ritmos de crescimento e «zonas tampão». Por exemplo, os proprietários das «zonas tampão» apesar de não terem árvores, receberiam a sua parte do rendimento florestal pois os seus terrenos são usados para proteger a restante floresta.

Só desta forma, através do ordenamento territorial e da gestão florestal integrada, podem ser criados mecanismos de defesa da floresta. Isso acabará com os incêndios? Não.

A profissionalização dos bombeiros, a existência estatal de meios aéreos suficientes, a reorganização dos “guardas florestais” são outras das necessidades prementes. O reconhecimento pelo Estado que a época dos incêndios, dadas as nossas caraterísticas climáticas é, atualmente, de 1 de janeiro a 31 de dezembro. À semelhança da educação e da saúde, não basta dizer que são importantes: é preciso investir, reequipar, requalificar, aumentar salários.

Finalmente, valorizar a floresta. A indústria de base florestal e a produção silvícola valem cerca de 10 mil milhões de euros/ano, em média (2016-2021), equivalente até 4% do PIB e até 7% das exportações. Há dados que nos indicam que a área florestal tem diminuído cerca de 600 ha/ano. Mas a grande questão coloca-se: destes milhões, quantos chegam às centenas de  milhar de pequenos proprietários, responsáveis pela produção florestal?

Para reflexão: durante grande parte do século XX, os fornos da cal foram alimentados com mato e motano dos pinhais. Os pinhais, desde a sua plantação até ao corte, significavam rendimento: no corte do mato, no motano, na resina. A biomassa era gerida e o excesso retirado. Os proprietários florestais recebiam por ter os pinhais. Atualmente, como é que é?

Durante esse período, quantos grandes incêndios florestais houve em Pataias?


quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Igualdade de Género e Violência

 A notícia em: https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/projecto-inespedro-sensibiliza-comunidade-escolar-sobre-igualdade-de-genero-e-violencia


SOCIEDADE

Projecto Inês=Pedro? sensibiliza comunidade escolar sobre igualdade de género e violência


Iniciativa, que decorre em Alcobaça, já se materializou em cerca de 160 sessões se sensibilização

O projecto Inês=Pedro?, que decorre no concelho de Alcobaça, já se materializou num conjunto de cerca de 160 sessões de sensibilização, realizadas em 2021 e 2022, no Agrupamento de Escolas de São Martinho do Porto, na Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister e na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Alcobaça.

Numa nota emitida na página de Facebook do Município de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, presidente da autarquia, informa que esta iniciativa teve impacto em "cerca de 700 membros da comunidade (pais, alunos, professores e auxiliares), tendo como objectivo primordial a mitigação dos preconceitos em torno das questões da igualdade de género e da violência das relações interpessoais/violência doméstica".

"As sessões nas escolas foram levadas a cabo por técnicos e artistas locais, que de uma forma inovadora e criativa, transmitiram uma mensagem de grande responsabilidade e de alerta para as problemáticas em questão", expõe o autarca.

No próximo dia 22 de Setembro será lançado o vídeo final deste projecto, adianta ainda Hermínio Rodrigues.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Alocbaça - quebra da produção agrícola

 A notícia em: https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/maca-de-alcobaca-horticolas-e-vinho-com-quebras-de-producao-devido-a-seca


Maçã de Alcobaça, hortícolas e vinho com quebras de produção devido à seca


A campanha da Maçã de Alcobaça vai ficar marcada por uma descida de 20% na produção. Também os produtores de vinho estão a sofrer devido à seca, prevendo uma quebra entre 10 a 15%

Por estes dias, os pomares começam a encher-se de gente para a colheita da Maçã de Alcobaça.

Mas este ano a campanha vai saldar-se por uma redução na quantidade, que o presidente da associação de produtores estima que ronde os 20%. A culpa é da seca e das temperaturas “extremamente altas” que se têm feito sentir na região.

Já em Abril se previa “um ano de recursos hídricos deficientes devido à ausência chuva no Inverno”, recorda Jorge Soares, adiantando que se implementaram “inúmeras medidas restritivas e de poupança de água”.

“Foi um milagre para muitos fruticultores terem conseguido manter vivas as plantas e as maçãs até a colheita”, sublinha.

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Água de Madeiros - Limpeza da praia

 A notícia em: https://www.jn.pt/local/noticias/leiria/marinha-grande/500-voluntarios-limpam-praias-da-marinha-grande-15135975.html

"500 Magalhães com Pé n"Areia"

500 voluntários limpam praias da Marinha Grande

A Câmara da Marinha Grande quer mobilizar 500 voluntários para limparem as nove praias do concelho, no dia 11 de setembro, entre as 9 às 12 horas. A iniciativa "500 Magalhães com Pé n"Areia" pretende associar-se às comemorações do V Centenário da Primeira Viagem de Circum-Navegação de Fernão de Magalhães.

Aurélio Ferreira, presidente da Autarquia, explica ao JN que conheceu elementos da Estrutura de Missão do V Centenário Fernão de Magalhães, quando tomaram a iniciativa de plantar 500 pinheiros no Pinhal de Leiria, que perdeu 86% da área nos incêndios de outubro de 2017. "Perguntei-lhes por que não fazer um evento no verão, que tivesse uma relação com o mar", conta o autarca.

O repto foi aceite e foi assim que surgiu a ideia de fazer uma ação de limpeza na Praia Norte da Vieira, Praia da Vieira, Praia do Samouco, Praia das Pedras Negras, Praia Velha (ponto de encontro), Praia da Concha, Praia São Pedro de Moel, Praia das Valeiras e Praia Água de Madeiros.

Embora não saiba precisar quantas inscrições têm até ao momento, Aurélio Ferreira garante que "as pessoas estão muito entusiasmadas", pelo que acredita que conseguirão reunir 500 voluntários, até porque foram mobilizadas escolas e associações. "O Motoclube da Marinha Grande disponibilizou-se para limpar a praia da Concha", adianta.

Partida da Praia Velha.

domingo, 4 de setembro de 2022

Bombeiros de Pataias: Equipas de Intervenção Permanente

 A notícia em: https://jornaldascaldas.pt/2022/09/04/bombeiros-de-pataias-reforcam-intervencao/


Bombeiros de Pataias reforçam intervenção


Entrou em funções no dia 1 de setembro a segunda equipa de intervenção permanente (EIP) dos Bombeiros Voluntários de Pataias que vê assim reforçada a resposta operacional.


Composta por cinco elementos, trata-se, segundo a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pataias, de “uma aposta assente na profissionalização dos operacionais, em parceria com Câmara Municipal de Alcobaça e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”.

As EIP são equipas que se destinam ao cumprimento de missões no âmbito da Proteção Civil. Os bombeiros que integram estas equipas são caraterizados pela elevada especialização, com competências em valências diferenciadas para atuarem em diferentes cenários.

sábado, 3 de setembro de 2022

Coreia do Sul visita município

A notícia em: https://www.comercioenoticias.pt/post/comitiva-pol%C3%ADtica-sul-coreana-visitou-a-cidade-de-alcoba%C3%A7a


COMITIVA POLÍTICA SUL-COREANA VISITOU A CIDADE DE ALCOBAÇA

Uma delegação política da cidade metropolitana Ulsan, Coreia do Sul, situada na costa sudeste do país, esteve de visita a Alcobaça na manhã desta segunda-feira, 29 de agosto.

A comitiva foi recebida oficialmente pela vice-presidente, Inês Silva, nos Paços do Concelho e no Museu do Vinho, onde foram abordadas as potencialidades do concelho de Alcobaça a nível de indústria, agricultura e turismo.

O programa de visita da delegação incluiu uma visita ao Museu do Vinho, ao Mercado Municipal, ao Percurso Camoniano, à loja Made In (Chitas de Alcobaça) e ao Mosteiro de Alcobaça.

O intuito da visita, incluída numa digressão Europeia, foi conhecer um pouco da história dos produtos tradicionais e da economia local, avaliando assim medidas de revitalização dos seus mercados tradicionais.

"Foi com muito orgulho que recebemos esta comitiva da Coreia do Sul, que nos procurou como um bom exemplo de oferta das marcas tradicionais, com grande peso económico, ligadas à agricultura, à cerâmica à gastronomia, entre outros setores. São bons contactos que a autarquia deve preservar para futuros intercâmbios”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Hermínio Rodrigues.


sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Novo hospital no Oeste

 A notícia completa em: https://jornaldeleiria.pt/noticia/alcobaca-pondera-encaminhar-todos-os-utentes-para-o-centro-hospitalar-de-leiria

Alcobaça pondera encaminhar todos os utentes para o Centro Hospitalar de Leiria

Caso se confirme a construção do hospital do Oeste no Bombarral

Não foi feita nenhuma comunicação final, mas caso se confirme que Bombarral irá receber o futuro hospital do Oeste - como revelou este mês o presidente daquele concelho durante a abertura 37.º Festival do Vinho Português, que terá recebido a informação em reunião com a ministra da Saúde, na presença de outros autarcas - então Alcobaça pondera encaminhar a totalidade da sua população para o Centro Hospitalar de Leiria.

A intenção foi partilhada por Hermínio Rodrigues, presidente do Município de Alcobaça, na passada sexta-feira, à margem da reunião de câmara. O autarca disse ter estranhado a posição tomada por Bombarral, porque não houve ainda uma decisão final sobre a localização do futuro hospital do Oeste.

Considerou ainda que a decisão deve ser tomada pelo Governo, sob pena de os municípios, por si mesmos, não chegarem a um entendimento. Mas reconheceu que, para garantir a “centralidade” da nova infra- estrutura, é mais provável que esta seja criada naquela zona, seja em Bombarral ou em Óbidos [...]

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Maçã de Alcobaça consome menos água

 A notícia em: https://www.agrolink.com.br/noticias/maca-alcobaca-consome-menos-agua_469755.html

Maçã Alcobaça consome menos água

Produtores portugueses afirmam que a variedade Alcobaça usa menos água no cultivo

A maçã é uma excelente fruta para a nossa saúde. Você já ouviu falar sobre a maça de Alcobaça? O produto de origem portuguesa com Indicação Geográfica Protegida pela União Europeia. Sua cor, sabor e textura se diferem das demais variedades. Produtores portugueses afirmam que a variedade Alcobaça usa menos água no cultivo.

De acordo com a Associação de produtores de maçã Alcobaça (APMA), hoje em dia a mesma maçã é produzida com cerca de um quarto de água que era utilizado antigamente”. Sistemas de irrigação são colocados no subsolo das plantações, ligadas as estações meteorológicas. Esse tipo de irrigação permite fornecer a quantidade exata de litros por árvore, sem desperdício”, explica o presidente da APMA Jorge Soares. 

Sessenta litros de água, são usados para o cultivo atualmente, já na Espanha, por exemplo, para produzir um quilo do mesmo fruto, são necessários 250 litros de água. O objetivo dos produtos da APMA é produzir sabor, com as maçãs ecológicas, reduzindo o uso de água para evitar desperdício. Recentemente a  associação de produtores criou um fórum para troca de conhecimentos entre os produtores.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Vacinação COVID

A notícia em: https://www.regiaodeleiria.pt/2022/08/centros-vao-reabrir-para-campanha-de-vacinacao-covid-19-gripe-sazonal/


Centros vão reabrir para “Campanha de vacinação Covid-19 & Gripe sazonal”

Os utentes devem “verificar a receção do agendamento, confirmando a sua presença”


O Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte (ACES Oeste Norte) anunciou a “reinstalação dos centros de vacinação Covid -19” em seis concelhos da região, a partir de cinco de setembro.

A medida surge no âmbito da “Campanha de vacinação Covid-19 & Gripe sazonal” e “todos os cidadãos elegíveis irão receber por telefone ou SMS [mensagem] a convocatória para a sua vacina”, informou esta terça-feira, dia 30, a ACES Oeste Norte.

Os utentes devem “verificar a receção do agendamento, confirmando a sua presença”. “Caso não receba qualquer contacto, dirija- se à sua unidade de saúde”, aconselha.


Centros de Vacinação Covid-19


CVC Alcobaça

Mercado Municipal

3ª a sábado, das 9h30 às 17h00


CVC Bombarral

Centro de Saúde

4ª a sábado, das 9h30 às 17h00


CVC Caldas da Rainha/Óbidos

Pavilhão Arneirense - Bairro dos Arneiros

3ª a sábado, das 9h30 às 17h00


CVC Nazaré

Pavilhão. Gimnodesportivo - Associação R. Planalto

4ª a sábado, das 9h30 às 17h00


CVC Peniche

R. d’Azeredo Perdigão

3ª a sábado, das 9h30 às 17h00

terça-feira, 30 de agosto de 2022

 A notícia em: https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/no-proximo-domingo-ha-limpeza-de-praia-em-paredes-da-vitoria


No próximo domingo há limpeza de praia em Paredes da Vitória

No próximo domingo, dia 4 de Setembro, a Praia de Paredes da Vitória, no concelho de Alcobaça, volta a ser percorrida pelos voluntários do grupo One Piece After Another. Desta vez, o grupo irá desenvolver uma acção de limpeza no areal integrada no evento Vitória Surf Challenge.

"Vamos estar presentes no Vitória Surf Challenge e efectuar uma limpeza de praia e também tentar sensibilizar os presentes para o problema do lixo e na urgência de mudanças de hábitos", informa o Grupo One Piece After Another através da sua página de Facebook, onde estende o convite a todos aqueles que queiram participar nesta iniciativa, a realizar a partir das 15 horas de domingo.

Recorde-se que, desde que arrancou com as iniciativas de limpeza nas praias e no pinhal, em 2019, sobretudo nos concelhos de Marinha Grande, Alcobaça e Leiria, este grupo já recolheu mais de quatro toneladas de resíduos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

 A notícia completa em: https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/chita-electrica-a-nova-aposta-na-mobilidade-de-alcobaca


Chita eléctrica, a nova aposta na mobilidade de Alcobaça

Município quer aumentar número transportes e de circuitos

A Chita eléctrica, veículo com autonomia para 300 quilómetros, é a mais recente aposta da Câmara Municipal de Alcobaça em mobilidade. A última aquisição, “mais amiga do ambiente”, juntou-se à frota urbana do município e teve a sua apresentação pública na passada sexta-feira.

Entre os ilustres passageiros desta viagem inaugural contou-se o presidente da autarquia, Hermínio Rodrigues, vereadores, presidentes de juntas e responsáveis pela Rodoviária do Oeste.

Durante a reunião de câmara, que antecedeu a viagem no novo veículo, Hermínio Rodrigues explicava que é intenção do município continuar a apostar na mobilidade, com mais meios de transporte e com mais circuitos [...]

domingo, 28 de agosto de 2022

 A notícia completa em: https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/vereador-socialista-propoe-gabinete-para-emigrantes-e-imigrantes


Vereador socialista propõe gabinete para emigrantes e imigrantes

António Henriques sugere serviço a adoptar na Câmara de Alcobaça

António Henriques, vereador socialista do Município de Alcobaça, propôs na última reunião de câmara, de sexta-feira, que a autarquia crie um gabinete destinado a apoiar os cidadãos emigrantes e imigrantes, que pretendem residir, trabalhar e investir no concelho.

O autarca alertou para o facto de, findos dois anos de constrangimentos impostos pela pandemia, muitos emigrantes estarem a regressar a Alcobaça, com o objectivo de recuperar as suas habitações e de investir no concelho.[...]

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

À pata aias

 Crónica no Pataias à Letra, edição nº19, agosto 2022


O verão do nosso descontentamento

 

1 – A situação geográfica de Portugal continental, entre outras particularidades, é responsável pelas caraterísticas climáticas do nosso território: clima subtropical seco ou temperado mediterrânico. Por outras palavras, usufruímos de invernos amenos e chuvosos e verões quentes e secos. Neste particular, a estação seca carateriza-se por uma extensão entre os dois e os seis meses. Outra particularidade deste clima é a irregularidade dos regimes pluviométricos (a variação da precipitação ao longo do ano), sendo normal a sucessão de invernos de chuvas abundantes e excessivas, seguidos de verões anormalmente secos. Por outras palavras, as secas são normais, frequentes e cíclicas.

Outro aspeto a considerar são as alterações climáticas. Estas, não são algo para o futuro mas são uma realidade atual. Considerando as normais climatológicas de 1960-1990 com as 1990-2020, constatam-se alterações significativas nos regimes térmicos e pluviométricos. Resumindo: ao longo dos últimos 30 anos o total da precipitação anual é menor; a precipitação ocorre concentrada em curtos períodos temporais, muitas vezes de forma “excessiva”; os períodos de seca são cada vez maiores e mais intensos; a temperatura média é maior; os máximos e mínimos de temperatura mais extremados; as ondas de calor e de frio ocorrem cada vez mais com maior frequência.

Ou seja, na realidade os critérios que levam à definição de “Clima Subtropical Seco ou Temperado Mediterrânico” começam a não se verificar.

2 – A primeira consequência prática destas alterações climáticas são o aumento e frequência dos fenómenos de seca (meteorológica, hídrica e agrícola). A falta de água, quer para a agricultura, quer para o consumo humano, é já uma realidade.

O primeiro passo para enfrentar este problema está relacionado com a gestão da água, nomeadamente com a forma como a gastamos. Cerca de 80% da água captada (barragens, furos, poços) destina-se à agricultura. Dados oficiais indicam que cerca de 45% da água recolhida é desperdiçada, muitas vezes no transporte entre a origem de armazenamento e os pontos de consumo, ou seja, perde-se em fugas. Quarenta e cinco por cento!

É evidente que jardins com tapetes de relva, sistemas agrícolas de regadio intensivo, a concentração de campos de golfe e o mau uso individual deste recurso, contribuem para o agravamento da situação.

3 – Outro flagelo dos nossos verões são os incêndios florestais. E aqui temos três fatores: o clima, com a existência regular de uma estação seca muitas vezes prolongada no tempo e as ondas de calor cada vez mais frequentes; as caraterísticas da floresta, extensamente dominada por regimes de monocultura (nomeadamente o eucalipto e o pinheiro bravo); o fator humano (comportamentos, cadastro, exploração).

As caraterísticas do clima potenciam e tornam inevitáveis a ocorrência cíclica dos incêndios e dificilmente as poderemos controlar. A solução será a adaptação às mesmas.

Essa adaptação passa, necessariamente, pela gestão do território e isso implica: o combate à monocultura florestal e a necessária diversificação de espécies; a identificação cadastral, associada a medidas como o emparcelamento; mecanismos de gestão florestal integrada e associativa que garantam ao mesmo tempo rendimento aos proprietários e mecanismos de proteção da floresta (com sistemas de perequação); os recursos humanos (profissionalização dos bombeiros).

Mas a este tema voltaremos mais tarde.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

À pata aias

 Crónica no Pataias à Letra, edição nº 18, julho 2022


Litoral. Que turismo?

Litoral de Pataias. Algo que tem sido falado de forma recorrente é a aposta no turismo, ou a falta dela. Ora, o que falta em primeiro lugar é uma definição estratégica do que será o desenvolvimento socioeconómico para esta faixa de território, partindo como base na atratividade turística. E para isso, é também necessário fazer a divisão do território em duas realidades distintas: Paredes da Vitória e as “outras praias”.

Paredes da Vitória, atualmente, não tem capacidade para fazer uma concorrência direta à Nazaré ou S. Pedro de Moel (as praias mais próximas). No entanto, as suas caraterísticas únicas podem transformá-la numa alternativa: o enquadramento paisagístico, a memória do verde do pinhal, o extenso areal, o ribeiro. Paredes da Vitória é “invadida” sempre na primeira quinzena de julho por centenas de crianças em idade pré-escolar. O fácil acesso à praia, o extenso areal e o pequeno rio a cortar o areal é um apelo irresistível. Por estes motivos, é também (sempre foi) uma praia de famílias com crianças pequenas. Ora, qual é a oferta para estes veraneantes? Que oferta de atividades desenvolvemos neste período especificamente para este público. Cativando as crianças, os pais virão. Ambos desenvolverão o hábito de vir às Paredes e daqui a 10, 15, 20 anos teremos jovens e adultos cuja praia será esta. E isso significa mais comércio, mais dinamismo económico, mais vida.

Concretizar a praia de Paredes numa praia de famílias, calma, tranquila, segura para todos e em especial para as crianças. Não é uma ideia de glamour, charmosa, vistosa. Mas, sinceramente, quando queremos agitação e rebuliço a Nazaré está apenas a 10 minutos de distância. Se calhar, este nicho de mercado, as crianças e as famílias, são a “onda” das Paredes à espera de ser descoberta e explorada.

A época balnear este ano vai de 18 de junho a 11 de setembro. No entanto, à semelhança de outros anos, desde finais de abril que as Paredes, pelo menos ao fim de semana e especialmente aquando de tempo quente e seco, regista forte afluência de banhistas. Este ano um deles desapareceu nas ondas do mar. Ora, pensar o turismo balnear é também pensar na segurança. O problema dos nadadores salvadores não é novo. São poucos, muitas vezes inexperientes e pagam-se cada vez melhor, em quase autêntico leilão. De acordo com a Lei, onde existem concessionários, são estes os responsáveis pela sua existência (apenas no período balnear).

Ora, fora da época balnear, as praias estão entregues à existência de surfistas para poder haver socorro de alguém. Paredes da Vitória e S. Martinho do Porto, especialmente, registam forte afluência desde muito cedo. Uma forma de minimizar a situação seria a Câmara Municipal, que até tem 3 piscinais municipais, abrir concurso para trabalho anual de nadador-salvador. Estes garantiriam parte da vigilância às praias entre abril e outubro e no resto do ano, com certeza, poderiam ser instrutores numa das piscinas municipais. E a situação de praias sem vigilância em períodos de grande afluência de banhistas, e fora da época balnear, seria minimizada. E também seria uma mais valia em termos de oferta turística.


quarta-feira, 15 de junho de 2022

À pata aias

 Crónica no Pataias à Letra, edição 17, junho 2022


Feliz aniversário?

1 – Cumpriram-se neste mês 38 anos sobre a elevação de Pataias a vila. Sonho de muitos anos, acompanhou durante muito tempo o sonho de elevação a concelho.

Nestes 38 anos, Pataias conheceu apenas dois presidentes de junta. Poderemos sempre falar numa estabilidade governativa, num desempenho positivo para que não tenha existido alternância no poder.

Outra visão, será considerar o imobilismo, a estagnação, a acomodação. Quase quatro décadas depois, em que é que Pataias está diferente?

É claro que poderemos sempre falar das obras públicas e das infraestruturas: a EB 2,3 de Pataias, o pavilhão gimnodesportivo, as piscinas municipais, o saneamento básico, a ETAR e requalificação urbana nas Paredes, o Parque de Campismo, as igrejas e centros paroquiais na Martingança, na Burinhosa, nos Pisões. Tudo isto foi tornado realidade nas últimas quatro décadas.

Mas a grande questão é: quase quarenta anos depois, para onde queremos que Pataias vá? Continua a faltar uma visão estratégica para a vila, para a freguesia, para a vida dos fregueses. O que foi feito corresponde a uma gestão corrente e as melhorias são “naturais”. Ou seja, o que foi feito em Pataias resultou da evolução normal dos tempos, da alteração dos padrões de qualidade de vida que todo o Portugal sentiu desde a nossa adesão à União Europeia. Por outras palavras, era (quase) inevitável que assim tivesse sido.

Mas o que queremos para Pataias nos próximos 40 anos? O que estamos dispostos a fazer, a idealizar, a lutar, para assegurar dinamismo demográfico, qualidade dos espaços públicos, ofertas culturais, emprego, comércio e serviços com alguma qualificação? O que queremos para os próximos 40 anos, diferenciador (para melhor) da natural evolução dos tempos?

2 – Arrancaram finalmente as obras no rossio. Pela segunda vez, o coreto veio abaixo. Há trinta anos fui uma das vozes contestatárias do facto, hoje, confesso, aplaudo a atual decisão. O coreto mais recente era uma obra que surgiu da necessidade de justificar a destruição de memórias. Era pobre em termos estéticos e espartano nos materiais. A sua utilidade, resumia-se, nos anos bons, a um concerto por ano da nossa Filarmónica. E apesar de muito maior que o “original”, mesmo assim era pequeno para a logística de cadeiras, músicos, estantes, instrumentos, maestro. Não me deixa saudades.

Mas à boa maneira das Juntas e Câmaras dos últimos 38 anos, o desenho final da obra do rossio é desconhecido. É regra. Qualquer obra feita em Pataias (com a honrosa exceção da recém reabilitação da EN242) é escondida e sonegada ao escrutínio da população.

Das duas uma: ou somos (população) uns imberbes imbecis, pacóvios matarroanos que não sabemos o que queremos ou os decisores dos projetos são uns espíritos iluminados com toque de Midas que tudo o que fazem em Pataias é imediatamente copiado pelos deuses no Olimpo. Sistematicamente, as decisões sobre Pataias são escondidas da sua população.

3 – Nesta última semana de maio a grande obra social invisível de Pataias esteve efervescente depois de dois anos de pandemia muito difíceis. Falo da Universidade Sénior. Primeiro, um espetáculo excecional com a Filarmónica e a Arquitetuna. Depois, a participação no festival de teatro das Universidades Séniores do Oeste. Finalmente, a Gala de encerramento do ano letivo. Para quem está no projeto desde a primeira hora, alguns dos alunos são os mesmos. Mas estão muito mais jovens!


terça-feira, 14 de junho de 2022

Desaparecimento no mar das Paredes

 A notícia em:

https://recordeuropa.com/noticias/portugal/retomadas-buscas-por-desaparecido-na-praia-de-paredes-da-vitoria-14-06-2022-61117


Retomadas buscas por desaparecido na praia de Paredes da Vitória


Jovem terá sido apanhado por agueiro e desapareceu no mar.

As buscas pelo jovem que desapareceu na segunda-feira no mar na praia de Paredes da Vitória, concelho de Alcobaça, foram retomadas cerca das 06:00, informou o capitão do porto e comandante local da Polícia Marítima da Nazaré.

Segundo disse à agência Lusa o comandante José Zeferino Henriques, as buscas, por mar, ar e terra, envolvem meios da Autoridade Marítima Nacional, Marinha e Força Aérea.

De acordo com o responsável, pelas 07:20 as buscas pelo jovem de 23 anos decorriam no mar, com os meios da Estação Salva-Vidas da Nazaré, e em terra, com meios dos projetos Seawatch e Praia Segura.

O responsável disse ainda que a marinha irá envolver também a corveta João Roby e, a partir das 11:00, deverá igualmente participar nas buscas um helicóptero da Força Aérea.

Pelas 07:20, segundo o capitão do porto da Nazaré, as condições de visibilidade na zona não eram as melhores, por causa da precipitação.

O jovem, que se encontrava na praia com um grupo de amigos, desapareceu no mar quando foi tomar banho cerca das 17:40.

De acordo com o capitão do porto da Nazaré o jovem terá sido “apanhado num agueiro e levado pelo mar”.

A época balnear na praia de Paredes da Vitória, no concelho de Alcobaça, distrito de Leiria, só terá início no dia 18, encontrando-se atualmente sem nadadores-salvadores.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

A produção de microalgas em Pataias

 A notícia em:

https://www.regiaodeleiria.pt/2022/06/toneladas-de-microalgas-produzidas-em-pataias-usadas-em-alimentacao-e-cosmetica/


Toneladas de microalgas produzidas em Pataias usadas em alimentação e cosmética

O processo é levado a cabo pela empresa Allmicroalgae Natural Products, que tem aumentado o volume de negócios de ano para ano.


Sessenta toneladas de microalgas usadas em alimentação, suplementos dietéticos, cosmética, rações animais e fertilizantes são anualmente produzidas em Pataias, Alcobaça, pela Allmicroalgae, empresa que prevê atingir este ano os dois milhões de euros em vendas.

Criada em 2007 pelo grupo Secil, a Allmicroalgae Natural Products começou por ser um projeto para sequestrar dióxido de carbono (CO2) da indústria cimenteira. Mas a investigação desenvolvida acabou por levar à opção de avançar para a construção de uma unidade industrial destinada à produção de microalgas à escala global.

“Rapidamente se percebeu que esta ideia da mitigação de CO2 não iria além da prova de conceito”, explicou Joana Silva, bióloga responsável pelo departamento de Investigação e Desenvolvimento da Allmicroalgae, sustentando que nas indústrias cosmocêutica, farmacêutica, nutracêutica e alimentar “os requisitos de certificação são muito exigentes”, o que levou a empresa “a recorrer a um CO2 que é ‘food grade’, que é certificado”, para se conseguir estabelecer no mercado.

Em 2013, a Allmicroalgae iniciou a produção industrial de microalgas, sobretudo a Chlorella vulgaris (ainda hoje a mais produzida), e dois anos depois tornou-se numa unidade independente, investindo em tecnologia e na expansão do portfólio de produtos para cerca de 60 espécies.

“Por essa altura investimos numa tecnologia nova: a fermentação, que é relativamente ‘itech’ [tecnologicamente avançada] quer em Portugal, quer neste tipo de indústria, e começámos a produzir num modo de operação que nos deu grande capacidade produtiva”.

A empresa do distrito de Leiria também realiza “cultivo em sistema aberto”, o que lhe permite ser mais competitiva a nível internacional.

O processo inicia-se num banco de cultura de células de microalgas que são depois transferidas para reatores de fermentação e, numa segunda fase, para um reator tubular industrial (a céu aberto) que totaliza atualmente 320 quilómetros de tubagens, estando a ser construídos mais 27 quilómetros.

Numa construção linear “daria, no total, para ligar Pataias ao Algarve,” disse à Lusa Manuel Pinheiro, engenheiro na empresa, explicando que nos tubos são movimentados, por hora, 18.000 metros cúbicos de culturas de microalgas.

As microalgas passam depois para grandes depósitos de pasteurização, após o que são sujeitas a um processo de centrifugação e, por último, a secagem, sendo comercializadas em pó ou em pasta.

Noutros pontos da empresa está também a ser feita a produção de microalgas em lagoas abertas, com destaque para a produção de spirulina.

Com 90% a 95% da produção dirigida para a exportação, a empresa – cuja capacidade produtiva “tem vindo a aumentar” – prevê comercializar este ano entre 56 e 60 toneladas e, segundo Joana Silva, pretende atingir no próximo ano as 100 a 120 toneladas.

“O volume de negócios também tem crescido proporcionalmente à nossa capacidade produtiva”, afirmou a responsável. A empresa – que opera numa “indústria difícil”, lidando com “uma ciência muito dura”, e que já passou por “momentos menos bons” – espera atingir “finalmente o ‘break even’ [ponto de equilíbrio] e chegar aos dois milhões de vendas, coisa que até hoje ainda não tinha sido possível”.

Primordial para o crescimento tem sido, segundo Joana Silva, “a inovação, que tem que estar sempre presente” na visão da empresa. Por isso, aposta-se em “pelo menos uma vez por ano ter uma novidade”, quer no que toca à indústria alimentar, quer no mercado da alimentação animal e da agroindústria.

Exemplo disso é o projeto que a Allmicroalgae está a desenvolver com uma empresa de rações para entrar “na escala de valor, por exemplo, do porco”, tentando “com dados reais, como animais ‘in vivo’, demonstrar que as algas têm um efeito benéfico”.

Esse tem sido o compromisso da empresa, que conta atualmente com mais de 40 trabalhadores e mestrandos dedicados a projetos de investigação. O objetivo é “ir para além do estado da arte”, focando-se na funcionalidade das microalgas “para comprovar ao cliente que vale a pena investir nesta matéria”, sublinhou a bióloga.

A empresa – que estará representada na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas marcada para 27 de junho a 01 de julho, em Lisboa, através da associação Proalga – assume igualmente um compromisso “inequívoco com o mar”, destacando a importância das microalgas na alimentação dos peixes e na qualidade dos oceanos, entre os muitos benefícios desta matéria-prima que quer dar a conhecer internacionalmente.

domingo, 15 de maio de 2022

À pata aias

 Crónica no Pataias à Letra, edição nº16, maio de 2022


Criar massa crítica

1 – Na última assembleia de freguesia, a representante do Nós Cidadãos, Andreia Vicente, interpelou o executivo quanto à Lei Nº39/2021 de 24 de junho que procede à reorganização administrativa do território das freguesias. Em suma, Andreia Vicente fez a apologia da restauração da freguesia da Martingança, separada de Pataias.

A vida e capacidade de ação das freguesias é, normalmente, reduzida. A maior parte das suas receitas provém do Orçamento de Estado e das verbas atribuídas pela Câmara Municipal, muitas vezes associadas à dimensão demográfica e territorial. Uma freguesia da Martingança independente seria uma das mais pequenas do município de Alcobaça. Isso teria consequências ao nível do número de funcionários (secretaria e brigadas) e da capacidade de intervenção em pequenas obras.

A vontade de independência e autodeterminação é algo que todos entendem e desejam e a Martingança já provou o sabor dos mesmos. Mas muitas vezes, na luta pelo melhor daquilo que amamos, são exigidos sacrifícios e escolhas. E é preciso não esquecer o velho ditado “dividir para reinar”. Uma Martingança orgulhosamente só é o que defende melhor os seus interesses, ou apenas não querem estar com Pataias?

2 – Encontra-se a decorrer, até final de maio, o processo de eleição do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas de Cister. O Conselho Geral assegura a representação de professores, funcionários, alunos, autarquias e “forças vivas” do município onde se insere a escola. É o órgão de direção estratégica responsável por linhas orientadoras da escola, assegurando a participação e representação da comunidade educativa. Ordinariamente reúne quatro vezes por ano e tendo muitas vezes um papel consultivo, determina questões fundamentais na vida das escolas como a escolha do diretor, a distribuição de serviço e as linhas do projeto educativo.

Em termos práticos, pode forçar a manutenção ou encerramento de escolas e/ou de turmas e determinar o caminho educativo que ser quer para as nossas crianças e jovens.

A União de Freguesias de Pataias e Martingança tem tido uma presença muito próxima de todas as escolas na freguesia, sendo um parceiro de reconhecido mérito e importância pelo Agrupamento de Escolas de Cister. Mas a verdade é que não tem “voto na matéria”, relativamente às decisões tomadas quanto às opções escolares existentes na freguesia. São bombeiros, mas não têm capacidade de prevenir o fogo.

A mudança na composição do Conselho Geral para o período 2022-2025, que prevê 3 elementos da autarquia é mais uma oportunidade de colocar a freguesia nos meandros das decisões. Assim queiram.

3 – Ao consultar a agenda cultural do município (abril-junho 2022) não encontrei um único evento que se realizasse em Pataias. A esmagadora maioria decorre em Alcobaça, é certo, mas conseguimos encontrar eventos na Benedita, na Vestiaria, na Maiorga, em Coz, em S. Martinho do Porto, Alfeizerão, Maiorga, Vimeiro, Cela, Turquel, Aljubarrota e Évora de Alcobaça.

A ausência de Pataias pode ser interpretada de duas formas: ou não querem saber de Pataias, ou, não temos uma sala capaz de receber estas iniciativas.

Cada vez mais, a existência de uma sala de espetáculos com capacidade para acolher 300 pessoas com um palco capaz é uma necessidade. Se ela existir, os eventos também virão. Ou não.


sexta-feira, 15 de abril de 2022

À pata aias

 Crónica no Pataias à Letra, edição nº15, abril de 2022


PDM – Guia para consulta (2)

A primeira grande diferença desta nova proposta face ao atual PDM é a classificação no uso do solo. São propostas apenas duas categorias: solo urbano e solo rústico.

A grande diferença entre ambos, para o simples munícipe, passa pelos índices de ocupação e a forma como o solo pode, ou não, ser divido e utilizado. É também preciso ter também em atenção que nem em todos os solos classificados como urbanos é permitida a construção; e que nos solos rústicos, a construção (embora muito limitada) também está prevista. Assim, é necessário ter em especial atenção as seguintes situações, propondo a sua alteração:

Nos aglomerados de Paio de Baixo e Mélvoa o solo é classificado como “Solo Rústico: aglomerados rurais”. Não impedindo a construção, impede a divisão de terrenos (destaques) em parcelas inferiores a 4 ha, o que vai limitar o crescimento das povoações.

Pataias, será agora classificada como “Solo Urbano: espaços habitacionais tipo III” (é Nível II no PDM ainda em vigor). Os índices de utilização do solo são de 1,0 e de ocupação 0,5. Se relativamente ao número de pisos os 4 pisos previstos serão suficientes, não se percebem a definição de índices inferiores aos da freguesia da Benedita, quando o crescimento demográfico em Pataias nos últimos 20 anos e em especial nos últimos 10 anos foi muito maior. Ou seja, uma freguesia com dinâmica demográfica negativa (Benedita) apresenta índices de construção maiores que uma freguesia com maior dinamismo demográfico (Pataias). O aumento dos Índices para 1,2 (utilização) e 0,6 (ocupação) salvaguardariam o futuro da freguesia.

No litoral, não estão definidas áreas para relocalização das demolições previstas para Água de Madeiros e Vale Furado. Ao mesmo tempo, os perímetros urbanos aí definidos registam taxas de execução superiores a 90% o que na prática se traduz pela impossibilidade futuras de expansões.

A lagoa de Pataias é classificada como “Solo urbano – Espaços verdes de recreio e lazer”. Na prática, a construção está altamente limitada (índice de ocupação do solo de 0,1). Mas nota-se alguma incongruência entre a classificação como “solo urbano” e a sua definição no Relatório de Impacto Ambiental como “Local de relevante valor ecológico e interesse paisagístico”.

Nos elementos patrimoniais, são reconhecidos os fornos da cal em Pataias, embora a sua identificação entre a Vergieira e a Ratoinha não seja coerente.

Mas as grandes lacunas do futuro PDM encontram-se na ausência de visões estratégicas para o futuro. Alguns exemplos:

Não se prevê nenhuma área que permita uma eventual plataforma logística rodoferroviária junto à linha do Oeste que pudesse ser uma alternativa, em termos de transportes e exportações, para as empresas da região. As zonas industriais do Casal da Areia, das Carvalheiras e Pataias-Gare e na Martingança encontram-se encostadas à atual ferrovia…

Quanto aos transportes públicos, a rede identificada não assegura o acesso ao litoral (turismo) e às deslocações pendulares (indústrias no Casal da Areia e na Martingança).

Quanto aos investimentos estratégicos, na prática, apenas estão identificados para Alcobaça e S. Martinho do Porto.

O futuro PDM, foi elaborado numa lógica de regressão demográfica e proteção do solo. Mas para lá do que já existe, poucos são os vislumbres do que poderá ser o futuro.

terça-feira, 15 de março de 2022

À pata aias

Crónica no Pataias à Letra, edição nº14, março 2022

 PDM – Guia para consulta (1)

A proposta para o novo Plano Diretor Municipal (PDM) de Alcobaça encontra-se em processo de discussão pública entre 14 de fevereiro e 19 de abril. O atual PDM encontra-se em vigor há 25 anos (RCM nº177/97 de 25 de outubro).

O PDM é um instrumento de gestão do território, surgido nos primórdios da década de 1980. Os primeiros PDM apresentavam como principais tendências as questões do zonamento, o subestimar o espaço rural e a despreocupação quanto à viabilização das propostas apresentadas. Como dificuldades enfrentaram a desarticulação de entidades, uma intervenção limitada quanto à definição do uso do solo e a quebra de compromissos pelo Estado Central. Os principais aspetos negativos assentavam na dispersão urbana, no abandono das áreas centrais, na ocupação de áreas com restrições e na desarticulação com políticas centrais. Acima de tudo não existia o entendimento do planeamento como um processo. Apesar disso, os PDM resultaram na infraestruturação do território, na implementação de redes de esquipamentos e no início de uma cultura de plano. Todas estas caraterísticas são comuns ao PDM de Alcobaça de 1997, ainda em vigor.

No início do novo século, um conjunto de diplomas legais introduzem alterações significativas ao nível dos processos de planeamento, da Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e Urbanismo (LBPOTU), à Política Nacional de Planeamento e Ordenamento do Território (PNPOT), ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) e à Lei de Bases do Solo. Este processo normativo foi acompanhado por mudanças significativas em matéria de informação e cartografia, com a utilização da cartografia digital e a expansão na utilização dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG).

Em termos concretos, pretendeu-se que o sistema de planeamento assim criado se oriente por princípios de sustentabilidade, subsidiariedade, equidade, participação e segurança jurídica, com o objetivo de, entre outros, melhorar as condições de vida da população, preservar e defender o solo, adequar os níveis de densificação urbana e rentabilizar as infraestruturas. Os instrumentos de desenvolvimento territorial assumem assim uma natureza estratégica (PNPOT, PROT – Plano Regional de Ordenamento do Território); de política sectorial (Rede Natura, Plano Rodoviário nacional, Plano Nacional da Água); de natureza especial (Programa da Orla Costeira, Plano de Ordenamento de Albufeira e Águas Públicas); outros (Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade, Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável); e de planeamento territorial de natureza regulamentar (PDM, Planos de Urbanização e Planos Pormenor).

O atual PDM, de chamada 3ª geração, é o resultado deste Sistema de Planeamento. À semelhança dos primeiros PDM’s, o atual continua a ser constituído por três documentos fundamentais cuja consulta em simultâneo é aconselhada e obrigatória: a Carta de Condicionantes (impõe restrições à ocupação do solo), a Carta de Ordenamento (indica os diferentes usos do solo) e o Regulamento (diz como se pode usar o solo).

Na verdade, para a apresentação desta proposta, a Câmara Municipal teve de consultar 39 entidades que, na sua larga maioria, apontaram restrições de caráter vinculativo ao uso do solo e que se expressam na(s) carta(s) de condicionantes. No fim de todas essas proibições, a Câmara pôde então encaixar as suas propostas.

O atual PDM, mais que uma proposta do município, é aquilo que outros o deixam ser. (continua)