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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Empresas da freguesia ponderam deslocalização

A notícia pode ler-se no Pataias.net e no Diário de Notícias.

Indústrias da freguesia ponderam deslocalização


Empresário da Burinhosa defende apoios específicos para a indústria do mobiliário

Carlos Pereira, administrador da JAP, defende ajudas financeiras do Estado e um plano de reflorestação do pinheiro bravo como medidas de protecção à indústria de mobiliário e madeiras. A deslocalização industrial está nos seus horizontes como forma de assegurar a sobrevivência da empresa.
A reportagem na edição do Diário de Notícias de hoje, caderno de economia.


"Ofereceram-me terreno na Polónia"

Exemplo das dificuldades que as indústrias de primeira transformação da madeira atravessam é o grupo JAP - José Agostinho Pereira, com sede na Burinhosa, distrito de Leiria, que chegou a facturar cerca de 1,5 milhões de euros ao mês e hoje, garante o administrador Carlos Alberto Pereira, "com dificuldade, chega aos cinco milhões de euros ao ano". Razão que leva o empresário a admitir deslocalizar em breve as suas fábricas para a Polónia, Finlândia ou mesmo para a Rússia.

"Já tenho um projecto preparado e já fui à Polónia estudar o mercado. Dão-nos terreno a custo zero. Temos de repensar bem a nossa estratégia. Já que o Governo não nos ajuda, temos de partir para outras alternativas", diz o filho do fundador da JAP - Indústria de Serração, SA, criada há mais de três décadas. Hoje é um grupo de nove empresas, com três gerações na gestão, que emprega 125 pessoas. Postos de trabalho que estão em risco.

O problema da JAP é que está hoje a funcionar a 30% da sua capacidade produtiva, fruto da recessão económica, sim, mas sobretudo dos problemas de competitividade gerados pela praga do nemátodo na madeira de pinho. "Estávamos especializados no mobiliário de pinho, mas com o problema do nemátodo os ingleses e os espanhóis deixaram de nos comprar os nossos produtos. Não se vendem. Chegámos a exportar 55% da produção, hoje não vamos além dos 10% a 15%", lamenta.

A solução tem sido recorrer a outro tipo de produtos, designadamente ao fabrico de paletas e outros artigos que permitam ir mantendo ocupada a serração e os próprios trabalhadores, mas a situação não é eternamente suportável assim.

As conclusões que apontam para a falta de matéria-prima para abastecer a indústria no espaço de cinco anos também não ajudam a tranquilizar o empresário. "Não há planeamento florestal e toda a gente planta eucaliptos porque encara esta espécie como mais interessante por causa da indústria de papel. Se não se fizer nada, dentro de 30 anos seremos um país de eucaliptos", diz.

Ajudas financeiras à indústria para enfrentar o problema do nemátodo e a demarcação de zonas onde seja obrigatória a reflorestação em pinho é o que pede ao Governo.

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