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quinta-feira, 19 de junho de 2014

A dúvida

Na última terça-feira, durante a tertúlia dedicada ao tecido industrial de Pataias, Henrique Neto, ex-deputado, afirmou que um dos principais problemas não só da indústria, mas do país, é a falta de uma estratégia séria e coerente e que permita um verdadeiro desenvolvimento económico. Reforçando o seu discurso, exemplificou que grande parte daquilo que é conseguido a nível local/ regional se deve a um conjunto de amizades ou de insistências continuadas dos autarcas junto do poder central e não por uma estratégia de desenvolvimento regional previamente definida. Quem mais conhece ou quem mais chato é mais recebe. Afirmou ainda que os deputados da Assembleia da República falham redondamente no seu papel ao não defenderem as pessoas e as regiões que os elegeram, pois na Assembleia da República cada deputado defende em primeiro lugar o seu partido, e consequentemente, a sua posição dentro do partido, mesmo que isso não seja do interesse do seu círculo eleitoral.
Vem isto a propósito de mais uma tertúlia “saber à terça” e da participação pública da mesma.
Ainda hoje cedo discutia com alguém que tem estado presente na maior parte das tertúlias e conferências realizadas em Pataias desde o início do ano (e já lá vão cinco…) e comentava que não sabia como avaliar a realização das mesmas: se um fracasso pelo baixo nível de participação (no total das cinco cerca de uma centena pessoas) ou se um sucesso pelo nível e qualidade da informação que tem sido divulgada em Pataias através de um conjunto de convidados, alguns de elevadíssima qualidade (sem qualquer desprimor para todos os outros).
É nesta questão da participação que confesso a minha desilusão, mas também, a minha aprendizagem.
Na atual conjuntura económica, de crise, encerramento de empresas e de elevado desemprego, confesso que contava ver no auditório dos bombeiros alguns daqueles que há seis meses andaram pela freguesia e pelo concelho a gritar slogans de campanha e a pedir votos pelo desenvolvimento de Pataias. Mas nem um lá estava, com exceção de alguns membros do executivo da Junta e da passagem fugaz de um vereador em pleno exercício de funções. O que é que têm a dizer sobre a indústria na nossa freguesia? Ou acham que não têm nada a aprender?
E recordo as palavras de Henrique Neto, quando afirmou que os políticos em exercício de funções defendem sempre o seu partido, e assim a sua posição, e esquecem os eleitores.
Mas será que esta cruel (e real visão quanto a mim) da ação política dos eleitos e candidatos já chegou a Pataias? Ou eles não querem mesmo é saber?

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