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terça-feira, 24 de junho de 2014

Pataias parada, adiada e em queda livre. Ou um silêncio ruidoso

Pataias parada, adiada e em queda livre. Ou um silêncio ruidoso.

O que se pretende para Pataias daqui a 20 anos?
Esta é a pergunta de “um milhão de euros”, que nunca ninguém respondeu, talvez, porque nunca ninguém fez a pergunta.
Rui Coutinho, intervinha ontem (na única intervenção da noite de entre todos os eleitos da Assembleia de Freguesia…), questionando o executivo sobre os passeios e a ponte ferroviária na EN356 da Martingança. Passa-me pela cabeça que há vinte anos, Fernando Vitorino falava do mesmo assunto nas Assembleias Municipais.
E a questão é mesmo essa.
Vinte anos depois continuamos a discutir os mesmos problemas, as mesmas tricas do dia-a-dia o que pode significar duas coisas: primeiro, 20 anos depois, nada foi feito e as coisas continuam por resolver; segundo, não há uma visão estratégica e de futuro para a freguesia. Se o houvesse, se fosse delineado um perfil, um ideal, um objetivo a atingir, todas as intervenções feitas seriam de acordo com a concretização dessa linha de horizonte.
É muito mais fácil, mais cómodo, mais prático limitar a nossa ação ao imediato e à resposta na resolução dos pequenos (grandes) problemas que a população coloca no dia-a-dia aos executivos. Mas essa postura limitada e redutora da ação política impede a visão de uma quadro geral e abrangente do futuro:

Que freguesia de Pataias desejamos daqui a 20 anos? 

O que é que Pataias terá para oferecer daqui a 5, 10, 20 anos a quem aqui reside e a quem aqui se pretende instalar, em termos pessoais ou profissionais? Qual é o caminho que desejamos trilhar, que aspirações tentamos alcançar, que futuro almejamos?
Esta falta de estratégia reflete-se hoje em dia numa Pataias adiada, parada no tempo e em queda livre.
Uma Pataias em queda livre, visível no ruidoso silêncio do empobrecimento, do desemprego, do encerramento de indústrias, no desaparecimento do comércio, no envelhecimento da população, no despovoamento e abandono dos centros da vila e aldeias da freguesia. Uma Pataias em queda livre com o encerramento de escolas (efetivo e anunciado).
Uma Pataias parada no tempo, imersa em promessas de décadas (sim, décadas) de investimento e revitalização económica, social, cultural, demográfica. A área industrial da Alva, a requalificação da avenida Rainha Santa Isabel, a “cidade desportiva”, o novo centro escolar, o saneamento nos Pisões, as bolsas industriais de Pataias-Gare e dos Calços/Martingança, a estrada de Pataias-Gare/Casal da Areia são os problemas que se falam há 20 anos, sem que nada tenha mudado. Aliás, mudou alguma coisa: agravaram-se.
Pataias é assim uma terra, uma freguesia, adiada. Adiada porque nos falta uma visão de futuro e uma vontade inequívoca de lutar pelo mesmo. Deixamo-nos arrastar pela pasmaceira e pela preguiça, deixamo-nos enredar e seduzir pelas conquistas  e ambições pessoais esquecendo o mais importante: nós. Nós Pataias.
Henrique Neto dizia há dias que os representantes eleitos pelo povo defendem em primeiro lugar o partido, e consequentemente, o seu lugar no partido. A falta de intervenção e discussão que há mais de vinte anos assisto nas assembleias (da república, municipais, de freguesia) não sei se será por auto defesa ou por incompetência. Seja como for, assiste-se permanentemente a um jogo de “segue o líder” ou de “isso não pode ser, porque és tu que propões”. Por outras palavras “ou estás comigo, ou contra mim”. E isso impede uma verdadeira discussão dos problemas e a apresentação de alternativas efetivamente viáveis e credíveis.
Pataias é assim uma freguesia parada e que se está a afundar no seu próprio lamaçal. 
É evidente que o contexto económico-político atual não facilita, mas os grandes, os bons, os excelentes, sobressaem na adversidade. A revitalização económica, o envelhecimento e a quebra demográfica, o encerramento das escolas, a revitalização urbana, são grandes problemas que não podem ser resolvidos, exclusivamente, pela freguesia. 

Mas o que é que cada um de nós está a fazer por isso?

9 comentários:

  1. Uma boa pergunta...
    Onde é o "espaço" para se colocarem as opiniões?

    Àrrã da Lagoa

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  2. As pessoas se querem realmente mudar alguma coisa não podem ter mêdo, aditas forças de esquerda nunca fizeram mal a ninguem, e em termos autárquicos podemos e devemos tirar ilações das autarquias de esquerda em termos de beneficios para as populações. Pataias que em termos turisticos poderia e devia dar cartas neste país, não passa de um marasmo há mais de 30 anos e sempre com os mesmos na liderança autarquica, é tempo de mudar é tempo de novas idéias é tempo de não ter mêdo, é tempo de novas escolhas, se não queremos estar na mesma ou pior daqui a 20 anos. PATAIAS TEM QUE DAR O SALTO PARA MELHOR.

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    1. Salto para melhor? Só se for de as(salto) para o Luxemburgo onde parece que há arraiais todos os dias (e o ordenado mínimo 3.500 €). Ai que a esquerda come os meninos ao pequeno almoço e a direita trafica-lhe os órgãos. Brrrr que medo. É melhor ir dormir.

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  3. quem quiser um bom exemplo de uma terra com dinamismo e a apostar em gente jovem, desloque-se até à maceira e passe por lá uns tempos. união, associação, dinamismo e juventude.

    CreiqueFoi

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    1. União. Associação. Dinamismo. Juventude = tudo pago pelo Sommer e pela Secil. Por cá a Secil paga mas quem gasta é Alcobaça.
      Querem dinamismo, experimentem a Burinhosa. Exposição em Leiria de Bykes. Campeã da 2.ª Divisão. Portagens (ainda não sabemos se é a pagar ou não, deve depender de quem estiver no governo). São uns brincalhões estes Burinhoseiros!!!!!, ó pai como se chamam as pessoas que vivem na Burinhosa? Na Burinhosa, deixa-me pensar.... Burinhen.... É pá nã sei.

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    2. caso para dizer no shit sherlock! querias que fosse pago por quem? mas sabes porque é que é pago pelo sommer?! porque as pessoas vão lá pedir. quem não chora não mama. a mesma merda que tas a dizer sobre a maceira digo eu da burinhosa. bikes e equipas na 1ª divisão = pago pelo angolano e pelo americano.

      CreiqueFoi

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  4. Infelizmente são os "políticos", essa "elite" abençoada por um ser superior, quem tem o poder de decidir das reflexões. Se os amigos da lagoa refletirem 1003 horas sobre, por exemplo, a possibilidade da implementação de um corredor verde com origem na lagoa, está-se mesmo a ver que o Sr. Vereador, antes da própria reflexão inicia a construção, todo verde mas em betão e ainda deixa parte por fazer para garantir a sua própria sucessão nesta "monarquiazinha". No caminho para casa e depois de 2/3 construído consegue prometer que o vai construir etc. Entendem a imagem. Também não vejo sinceramente o Sr. Dr. PHD Vereador a refletir e muito menos os Srs Presidentes. Primeiro porque refletir não dá votos. Festas é que dá votos. E para refletir é preciso ter aquilo que os políticos profissionais não têm.
    PROPONHO QUE O PAULO CONSTRUA UM BLOG o abra a quem lá quiser escreve enviando os textos por exemplo por email e depois veremos o que dá.

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  5. PORQUE É QUE AS PESSOAS TEM MÊDO DE SE INDENTIFICAREM

    só há anónimos

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