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domingo, 22 de agosto de 2010

Encerramento de escolas primárias

A notícia é da Rádio Cister.

Cinco escolas vão encerrar

São cinco as Escolas que o Ministério da Educação pretende encerrar no concelho de Alcobaça, já a partir de Setembro próximo.
São elas: Escola Básica do 1º Ciclo (EB1) com Jardim de Infância de Castanheira e as EB1 de Carrascal, Junqueira, Gaio e Pedreira de Moleanos.
Quanto ao distrito de Leiria, estão previstas encerrar no próximo mês um total de 38 escolas, repartidas da seguinte forma: Caldas da Rainha, 10; Óbidos, 8; Peniche, 1; Leiria, 3; Porto de Mós, 1; Pombal, 9 e Figueiró dos Vinhos, 1.

Comentário

Na Nazaré, a Câmara Municipal opôs-se ao encerramento da Escola de Fanhais.
A pouco e pouco, vão-se fechando escolas por alegadamente não terem alunos suficientes, sem que as populações (e as autarquias) se manifestem.
A escola de Castanheira está na área de influência do Agrupamento de Escolas de Pataias. Em Pataias, está prevista a construção de um grande centro escolar.
Não tardará que fechem outras escolas, como nos Pisões, por exemplo – inevitável.
Mas, a este ritmo e olhando para a política (des)educativa deste (des)governo, encaro como forte possibilidade o encerramento da escola da Burinhosa. E até, numa fase posterior – quem sabe? – da Martingança, de Alpedriz e dos Montes.
Fala-se também por aí – entre dentes – da constituição dos mega agrupamentos e da junção do Agrupamento de Pataias a… S. Martinho do Porto!
É importante que a população destes lugares e freguesias não se deixe adormecer e que não olhe para estas decisões como inevitabilidades, conformando-se com as mesmas.
Por um lado temos as medidas economicistas mascaradas de alegado acesso das crianças a melhores condições de aprendizagem e socialização. Por outro estamos a investir – a longo prazo – no despovoamento das pequenas aldeias, no desenraizamento das crianças dos lugares de onde nasceram e das suas famílias.
É óbvio que não poderemos ter uma escola para cada aluno.
É óbvio que o número de alunos tem vindo a diminuir e assim continuará (consequência da baixíssima natalidade).
É óbvio que a concentração de recursos traz vantagens (fundamentalmente económicas, mas também algumas sociais e educativas).
Mas a longo prazo, estamos, também no litoral, a transformar as pequenas aldeias em dormitórios, envelhecendo-as e apagando-lhes, gradualmente, os pequenos focos de vida.
Estamos a concentrar a população nos grandes centros – à escala local. A acentuar e a criar novos desequilíbrios. E isso não me parece um bom caminho.
Cabe-nos a nós, população, estar atentos e lutar para que isso não aconteça.
Se não o fizermos, quem lutará por nós?

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