Um texto sobre Pataias, na enciclopédia Portugal Antigo e Moderno (vol. 5), de Augusto Pinho Leal, no terceiro quartel do séc. XIX.
PATAIAS – Freguezia, Extremadura, comarca e concelho de Alcobaça, 18 kilometros de Leiria, 12 da Pederneira, 120 ao N.E. de Lisboa.
Tem 450 fogos.
Em 1757 tinha 91 fogos. Aqui ha forçosamente engano no Portugal Sacro. Em pouco mais de cem anos, não podia haver tamanho aumento de população.
Orago, Nossa Senhora da Esperança.
Bispado e districto administrativo de Leiria.
A mitra apresentava o cura, que tinha 42 alqueires e tres quartas de trigo, 12 e meio almudes de vinho, mosto, 2 alqueires d’azeite e 4$000 réis em dinheiro; ao todo 90$090 réis e o pé d’altar.
O bispo D. Pedro de Castilho mandou que o cabido lhe desse mais 21 alqueires e uma quarta de trigo, 1 alqueire d’azeite e mil réis em dinheiro.
A primeira invocação da padroeira d’esta freguesia, foi Nossa Senhora da Conceição; depois, foi Nossa Senhora da Anunciação, e por fim (a actual) Nossa Senhora da Esperança.
Esta última invocação foi resolvida em visita, no ano de 1622, mandando-se então que se lhe fizesse festa no dia da Expectação.
Este logar de Pataias, foi até ao anno de 1536, da freguezia de Paredes, e o povo d’aqui hia áquella villa cumprir todos os preceitos religiosos.
Desde então, o capelão de Paredes, dizia um domingo missa em Paredes, outro em Pataias.
Em 1542, estando a villa de Paredes já despovoada não havendo alli mais do que dois velhos e um moleiro – mandou o visitador, que a parochia fosse d’alli em diante em Pataias, que, sendo então do termo de Paredes, passou a ser do de Alcobaça.
Os freguezes são obrigados á fabrica da egreja.
Por cima d’esse logar (que fica perto da costa) nas areias, está uma lagôa bastante funda, que nunca seccou, e se denomina mesmo lagôa de Pataias. N’ella se criam ruivacos.
Em certa ocasião, pelos annos de 1600, uns pescadores tiraram as suas redes completamente cheias, porém, sendo tantas as salamanticas (ou salamandras) como os ruivacos, nunca mais aqui quiseram pescar.
Fica no districto d’esta freguesia, parte do Camarção, onde ha grande abundancia de coelhos.
Também é no limite d’esta freguesia, por baixo da egreja de Paredes, e do moinho, uma ermida, da invocação de Nossa Senhora do Desterro, mandada edificar por D. Gastão Coutinho.
Augusto S. A. B. do Pinho Leal (1875), Portugal Antigo e Moderno (Vol. 5)
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quinta-feira, 5 de abril de 2012
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