A notícia na edição 1020 de 7 de março de 2013 do Região de Cister
Ilda Calaxa procura "alguém que possa gostar tanto da loja" quanto ela
A loja mais antiga de Pataias encontra-se para alugar
Tinha apenas 14 anos quando começou a trabalhar na loja de ferragens e artigos de drogaria fundada pelo pai. Aos 68 anos, Ilda Calaxa, uma das empresárias mais antigas e conhecidas de Pataias, encara a possibilidade de alugar a loja – hoje de sua propriedade, passando a gestão da mesma para “as mãos de alguém que possa gostar tanto desta loja quanto eu”. “Cansada e com falta de saúde”, a empresária acredita que possa aparecer alguém “com espírito inovador, pois neste ramo a inovação é fundamental”.
A prová-lo, Ilda Calaxa recorda que “foi daqui, desta loja, que saiu o primeiro embrulho de presente com um laço”. A fita era amarela e foi compra da a um “viajante” que trouxe a novidade lá da capital. Foi também naquela loja que foi lançada a moda dos sorteios semanais e mandadas fazer as primeiras etiquetas com as palavras “obrigado”, “parabéns” e “felicidades” que eram coladas nos embrulhos dos presentes. A diversidade dos artigos comercializados foi outro dos pontos a favor do seu sucesso. Vassouras, alguns trens de cozinha, cataplanas em inox, artigos em vidro e porcelana, jogos didáticos e patuscas, bonecas de porcelana, malas e carteiras, imagens de culto, mealheiros dos principais clubes de futebol, flores artificiais e muitos brinquedos perfilam pela loja.
Com horário de trabalho emitido em 1959, a loja mais antiga de Pataias foi fundada por Joaquim Sebastião Calaxa, pai de Ilda. Mais tarde, a loja – que era gerida pelos filhos mais velhos do fundador – expandiu a sua área aos artigos de barro. “Um primo do meu pai tinha uma loja de loiça que fechou e veio propor que a minha mãe f icasse com a venda das bilhas, púcaros e cântaros”, recorda a empresária. E assim nasceu a vont ade de diversificar os artigos vendidos. Em 1977, a loja passou “para as mãos” de Ilda Calaxa que, desde cedo, manifestou vontade em “inovar para atrair clientes”. Conhecedora do ramo, a empresária apressou-se a fazer obras. “Naquela época, a loja limitava-se a uma porta, uma janela e um balcão pequeno”, recorda, adiantando que decidiu de imediato “fazer uma montra e melhorar o espaço”.
Mais tarde vieram as grandes superfícies, as lojas dos 300 e dos chineses. As vendas decresceram. “Mas teimei sempre em ter diversidade de artigo de qualidade”, conclui a empresária, que diz guardar boas recordações dos anos que viveu atrás daquele balcão.
Para sugestões, comentários, críticas e afins: sapinhogelasio@gmail.com
quinta-feira, 7 de março de 2013
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