Da Igreja de Pataias
A Igreja do Lugar de Pataias, que era da invocação de Nossa Senhora da Conceição e depois foi da Anunciação, e ora é da Esperança, por visita do ano de 1622, em que também se mandou lhe fizessem a festa no dia da Expectação.
Os moradores deste Lugar, até ao ano de 1536, eram fregueses das Paredes e iam lá à missa, e deste ano até ao de 1542, o Capelão das Paredes dizia missa um Domingo aí e outro em Pataias, e neste ano, porque a Vila estava já despovoada e nela não havia mais que dois velhos e um moleiro, mandou o Visitador que fosse a freguesia em Pataias; e porque este Lugar era Termo da Vila de Paredes, e a Vila se extinguiu, o deram por Termo a Alcobaça, como ora é, e por isso dizem os seus moradores que têm os corpos em Alcobaça e as almas em Leiria.
O Cura desta Freguesia é da apresentação do Prelado e lhe dá de ordinária quarenta e dois alqueires e três quartas de trigo; doze almudes e meio de vinho, em mosto; dois alqueires de azeite e 4$000 réis em dinheiro; os quais lhe acrescentou o Bispo D. Pedro de Castilho, e o Cabido lhe dá vinte e um alqueires e quarta de trigo; um alqueire de azeite; e 1$000 réis em dinheiro; porque sempre a paga deste Cura foi do Prelado e beneficiados, aos quais o Cabido sucedeu na sua terça aos dízimos.
Tem o Cura casas por conta da Freguesia; são os fregueses obrigados à fábrica da Igreja; a imagem da Senhora é de vulto; tem a Igreja sacristia, capela de pia de baptizar, fechada, e um alpendre pequeno.
Tem dez ou doze amentas, de que dão ao Cura um tostão cada uma.
Por cima deste lugar de Pataias, nas areias, está uma Lagoa funda, que nunca secou, em que se criam ruivacos; e sucedeu virem a ela com dois barquetes e redes, que lançaram e custou muito tirá-las fora à terra, com o peso; aonde, vistas, se achou muita quantidade de salamanticas de mistura com os ruivacos, com o que desistiu da pescaria.
Fica no Distrito desta Freguesia parte do Camarção, em que há muita caça de coelhos.
Também está no limite desta Freguesia, por Baixo da Igreja das Paredes e do moinho, uma Ermida, que mandou fazer D. Gastão Coutinho, da invocação de Nossa senhora do Desterro, sem obrigação de fábrica.
Capítulo 90º do Couseiro ou Memória do Bispado de Leiria, 1868Os moradores deste Lugar, até ao ano de 1536, eram fregueses das Paredes e iam lá à missa, e deste ano até ao de 1542, o Capelão das Paredes dizia missa um Domingo aí e outro em Pataias, e neste ano, porque a Vila estava já despovoada e nela não havia mais que dois velhos e um moleiro, mandou o Visitador que fosse a freguesia em Pataias; e porque este Lugar era Termo da Vila de Paredes, e a Vila se extinguiu, o deram por Termo a Alcobaça, como ora é, e por isso dizem os seus moradores que têm os corpos em Alcobaça e as almas em Leiria.
O Cura desta Freguesia é da apresentação do Prelado e lhe dá de ordinária quarenta e dois alqueires e três quartas de trigo; doze almudes e meio de vinho, em mosto; dois alqueires de azeite e 4$000 réis em dinheiro; os quais lhe acrescentou o Bispo D. Pedro de Castilho, e o Cabido lhe dá vinte e um alqueires e quarta de trigo; um alqueire de azeite; e 1$000 réis em dinheiro; porque sempre a paga deste Cura foi do Prelado e beneficiados, aos quais o Cabido sucedeu na sua terça aos dízimos.
Tem o Cura casas por conta da Freguesia; são os fregueses obrigados à fábrica da Igreja; a imagem da Senhora é de vulto; tem a Igreja sacristia, capela de pia de baptizar, fechada, e um alpendre pequeno.
Tem dez ou doze amentas, de que dão ao Cura um tostão cada uma.
Por cima deste lugar de Pataias, nas areias, está uma Lagoa funda, que nunca secou, em que se criam ruivacos; e sucedeu virem a ela com dois barquetes e redes, que lançaram e custou muito tirá-las fora à terra, com o peso; aonde, vistas, se achou muita quantidade de salamanticas de mistura com os ruivacos, com o que desistiu da pescaria.
Fica no Distrito desta Freguesia parte do Camarção, em que há muita caça de coelhos.
Também está no limite desta Freguesia, por Baixo da Igreja das Paredes e do moinho, uma Ermida, que mandou fazer D. Gastão Coutinho, da invocação de Nossa senhora do Desterro, sem obrigação de fábrica.
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