O avanço do mar foi tal, que tendo em consideração a linha da paliçada de proteção dunar originalmente colocada, este cifra-se em mais de 28 metros, calculado com base nas fotografias de satélite de 2009 e nas ferramentas do Google Earth.
É necessário não esquecer que esta situação, a destruição da duna e consequente avanço do mar, foi desencadeada pela intempérie de Outubro de 2010, que tendo destruído a proteção dunar, desviou o rio, obrigando-o a correr para Sul. Como a situação nunca foi corrigida, o rio foi desgastando a duna, o que facilitou a ação do mar, agora evidentemente ameaçadora para toda a estrutura construída.
Os "posts" respetivos aqui:
http://sapinhogelasio.blogspot.com/2010/10/mar-bravo-no-litoral-de-pataias.html
http://sapinhogelasio.blogspot.com/2010/10/paredes-da-vitoria-1-semana-depois.html
http://sapinhogelasio.blogspot.com/2010/11/o-rio-das-paredes-e-o-cordao-dunar.html
http://sapinhogelasio.blogspot.com/2011/02/paredes-da-vitoria-rescaldo-do-mau.html
No entanto, esta situação, ao contrário do que possa imaginar, não é nova. Ao longo dos tempos são comuns (e famosas) as histórias da subida do mar pelo rio, sendo normal a sua chegada, em quase todos os invernos, ao “Tonico Manel”. Esta situação deixou de ocorrer aquando a intervenção da construção do “espelho de água”, que, curiosamente, coincidiu com o início do ataque do mar às dunas da praia e arribas do lado norte, na zona das antigas eiras até ao bar do Saldanha.
A solução exige uma intervenção em várias vertentes. Não tendo quaisquer conhecimentos de engenharia não sou apologista de uma intervenção de “engenharia pesada”. Penso que a maior parte dos problemas seriam resolvidos com um conjunto de pequenas intervenções cujo impacto no aspeto visual da praia seriam rapidamente recuperados e que permitiriam que a dinâmica litoral existente ao longo do ano se mantivesse. Assim:
A) A consolidação do curso do rio na praia, obrigando-o a correr em “frente”, depois da saída do espelho de água, cerca de 50 metros;
B) Recarga da duna junto ao paredão / varanda da marginal das Paredes. Tal poderia ser feito através da construção de um “muro” de sacos de areia “aparelhados” que protegeriam o paredão, permitiriam a fixação de vegetação dunar e ao mesmo tempo impediriam que o rio, se se desvisasse para Sul, “atacasse” a areia da duna, obrigando-o a correr em frente;
C) Nos finais de Abril, início de Maio, recarga do cordão dunar da praia com areia da própria praia. Por essa altura o mar começa a repor a areia que retirou no inverno, formando grandes cristas e dunas de areia junto à linha de água. Se essa areia for retirada nesse período e transportada mais para o interior, aquilo que nos diz a observação e tradição é que o mar colocará no mesmo local outra tanta areia. Esta operação teria de estar concluída antes do início do mês de Junho.
D) Reconstrução da paliçada para fixação das dunas. É óbvio o excelente trabalho das mesmas na fixação da areia.
Aqui ficam algumas das fotografias do que se passou nos últimos dias e pontos de comparação com datas anteriores.
1 – Fotografia Satélite do GoogleEarth com data de 2009. A linha a vermelho representa a erosão atual da praia. Com recurso às ferramentas do mesmo Google Earth calcula-se um recúo de 28 metros face à linha original da paliçada.
2 – A situação atual. Fotografia de 09/03/2012
3 – A situação atual. Fotografia de 10/03/2012
4 – A intervenção na praia das Paredes da Vitória ao abrigo do POOC Alcobaça-Mafra. Fotografia de 21/11/2008
6 – A “marginal” das Paredes atualmente. Fotografia de 10/03/2012
7 - A praia das Paredes, no final do Verão, em 04/09/2009
8 - A praia das Paredes hoje (10/03/2012)
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