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sábado, 4 de junho de 2011

A Regeneração Urbana - 1/4

A regeneração urbana

A regeneração urbana é um conceito distinto de outras intervenções urbanas, nomeadamente a reabilitação, a requalificação e a renovação.
De uma forma simples, podemos afirmar que a reabilitação urbana consiste na recuperação das condições físicas dos edifícios, melhorando-os e dotando-os de condições (água, saneamento, por exemplo) e mantendo a sua traça arquitectónica original e preservando as suas funções iniciais, anteriores à intervenção.
A requalificação urbana consiste numa intervenção mais profunda. A traça arquitectónica exterior do edifício é mantida, mas no seu interior o edifício sofre um conjunto de alterações significativas, que no extremo, podem significar uma construção nova e integral. O novo edifício, é disso que se trata (apenas mantém a fachada) será dotado de novas e modernas condições e regra geral é alocado a novas funções. Apesar desta intervenção significativa, a malha e o aspecto da rede urbana não sofrem alterações.
A renovação urbana consiste na demolição total do edifício e construção de um novo edifício, quase sempre de aspecto diferente e com novas funções.
Assim, considerando este contexto dos termos de reabilitação, requalificação e renovação urbana, o que é a regeneração?

O crescimento das cidades, de uma forma geral, acompanhou o crescimento demográfico. Durante todo o século XIX e início do século XX, as grandes preocupações urbanas eram, de alguma forma, as de conseguir acomodar a população dentro da cidade. Assim, a construção de habitação, os transportes, a melhoria das condições de vida e de salubridade da população eram os grandes desígnios da intervenção urbana.
No entanto, após a II Guerra Mundial, o modelo de crescimento urbano até então usado (baseado numa intervenção de um Estado forte), começou a não responder a todas as necessidades, e com o choque petrolífero de 1973-74, foi definitivamente posto em causa.
Foi necessário encontrar novas respostas para novos problemas, que agora se encontravam não num contexto de crescimento, mas de abandono de certas áreas das cidades e de diminuição dos efectivos populacionais. Paralelamente, o Estado perdeu capacidade política e financeira na sua intervenção sobre o território, deixando de ser capaz de responder a todas as solicitações.
É neste contexto social, demográfico, político e económico que surge a regeneração urbana.

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