A percepção e alteração dos usos da praia (pelos seus habitantes e moradores)
CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-GEOGRÁFICA DA ÁREA (2/2)
No princípio da década de 1990, a população residente era de 4 a 5 dezenas, quase que exclusivamente adultos e idosos. Actualmente, devido ao grande crescimento urbanístico verificado nos últimos dez anos, a população aumentou e rejuvenesceu consideravelmente, embora só após a apresentação dos resultados dos Censos 2011 se possam avançar com números fidedignos.
O uso da praia como destino balnear remonta ao final das décadas de 1930, início de 1940. No entanto, essa prática balnear não acontecia nos meses de Julho e Agosto, mas já em Setembro e muitas vezes em Outubro. Em meados da década de 1960, após a abertura da estrada florestal, os trabalhadores da fábrica de cimentos de Maceira-Lis (concelho de Leiria), começaram a instalar-se e a fazer campismo, durante o Verão, nas dunas adjacentes à praia.
Fig. 2 - Paredes da Vitória. Parque de Campismo na praia (Finais da década de 1970). Fonte: Postal ilustrado.
Fig. 3 - Nº de Campistas que dormiram no Parque de Campismo de Paredes da Vitória (Março de 2010 a Abril de 2011). Fonte: Junta de Freguesia de Pataias.
Fig. 4 - Nº de dormidas no Parque de Campismo de Paredes da Vitória (Março de 2010 a Abril de 2011). Fonte: Junta de Freguesia de Pataias.
De acordo com os serviços do Parque de Campismo da Junta de Freguesia de Pataias, o fluxo mensal e anual de campistas até Março de 2010 é muito semelhante aos valores apresentados para o período aqui representado (Março de 2010 a Abril de 2011). No entanto, de acordo com os mesmos serviços, tem diminuído de forma significativa a duração do período de estadia de cada campista. Em resumo, continuam a vir os mesmos campistas, mas ficam menos tempo. Os estrangeiros representam 13,5% do total dos campistas, sendo responsáveis por apenas 8,7% do total de estadias.
Outro facto relevante na praia de Paredes da Vitória foi o aparecimento após 1975, na arriba a Sul da praia numa área conhecida por “Mijaretes”, de um núcleo “urbano” ilegal de algumas dezenas de barracas de madeira, à semelhança do que aconteceu noutras áreas do país. As barracas acabariam por ser demolidas por volta de 1987.
Fig. 5 - “Mijaretes”- “bairro clandestino” de barracas de madeira exclusivamente para veraneio, por volta de 1980. Foto: Anselmo Coutinho
Sem comentários:
Enviar um comentário