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sábado, 11 de agosto de 2012

Trânsito e estacionamento nas Paredes

Na edição escrita nº990 do Região de Cister de 9 de agosto de 2012

Praia das Paredes
Trânsito caótico aguarda por soluções

Dois anos depois das obras de requalificação das Paredes da Vitória, na freguesia de Pataias, terem reduzido os lugares de estacionamento na localidade, o trânsito caótico e o estacionamento desordeiro continuam a fazer parte do dia-a-dia dos que elegem aquela como praia de referência.
É sobretudo no acesso ao Vale das Paredes que a situação toma proporções mais dramáticas, quando os condutores optam por estacionar de ambos os lados daquela estreita artéria, impedindo o cruzamento de duas viaturas que circulem em sentido contrário. Em caso de catástrofe, os veículos dos Bombeiros ou do INEM teriam a circulação dramaticamente condicionada.
A falta de estacionamento tem sido uma das questões levantadas pelos comerciantes daquela praia que continuam à espera de respostas adequadas para solucionar o problema que agravou depois das obras de requalificação da Vitória.
Hermínio Rodrigues, vice-presidente da Câmara de Alcobaça, confessa que as estatísticas apontam para um aumento na ordem de 30% dos veraneantes que fazem daquela a praia de eleição. E atrás deste aumento, “surge naturalmente o aumento das viaturas que circulam e estacionam nas Paredes”. Apontando para o facto de “grande parte dos congestionamentos de trânsito se deverem à falta de civismo de alguns condutores”, o vice-presidente reconhece a necessidade “de estudar e solucionar o problema, caso ele persista”.
Esta época balnear vai servir como ponto de partida para o estudo de soluções. “Pensamos que teremos que criar a bolsa de estacionamento prevista para a zona sul da praia, junto ao parque de campismo”, adianta o autarca, que pondera ainda a implementação de um circuito de transportes que liguem as duas bolsas de estacionamento (considerando que já existe uma a norte da praia, na zona do parque de merendas) à praia, num sistema “vai e vem”.
Hermínio Rodrigues confessa que a solução a curto prazo, ou seja esta época balnear, deverá passar pela “elevada postura cívica dos condutores e pelo reforço do efetivo da GNR, como forma de alertar para situações de maior gravidade”. O reduzido número de efetivos da GNR nas patrulhas  essencialmente ao fim-de-semana) é outro dos aspetos que tem merecido críticas por parte dos utentes daquela praia.

Comentário

A falta de estacionamento nas Paredes é um assunto recorrente todos os anos. O vereador responsável pelas obras vem agora dizer que "a solução a curto prazo [...] deverá passar pela elevada postura cívica dos condutores". Ou seja, este ano, deixar estar tudo como está.
No entanto, há dois anos, ainda antes da inauguração oficial das obras de requalificação das Paredes, avancei algumas propostas que poderiam ajudar a resolver o problema e que agora recordo:

1 – Condicionar o acesso ao centro urbano exclusivamente a moradores, comerciantes e proprietários, GNR, Bombeiros e Serviços Municipais (por exemplo, através de pinos hidraúlicos com chave);

2 – Distribuir aos moradores, comerciantes e proprietários dísticos de identificação para as viaturas, sem os quais é proibido o estacionamento no centro urbano;

3 – Garantir lugares de estacionamento exclusivamente para os moradores (permanentes) que efectivamente deles necessitem, através da atribuição de uma placa de estacionamento com identificação da matrícula do carro;

4 – Colocar parquímetros entre a casa da professora Botas e os prédios do Metódio. A colocação destes parquímetros permitiria que houvesse, sempre, alguns lugares vagos a meio da tarde, para quem quer ir só 1 ou 2 horas às Paredes;

5 – Colocação de pinos nos passeios da Av. de Nossa Senhora da Vitória, entre a casa da professora Botas e os prédios do Metódio impedindo que os mesmos sejam transformados em estacionamento;

6 – Criar um lugar de carga e descarga que garanta aos comerciantes (cafés, restaurantes, mini-mercado, padaria) um lugar de serviço;

7 – Criação de dois parques de estacionamento, um na Senhora da Vitória, outro na Mina. Poderia, ou não, ser criado um serviço de vai-vem entre os parques e a praia e deveriam ser criados novos acessos pedonais à praia: do lado da Mina, uma escadaria a meio dos Mijaretes; do lado da Capela, uma escadaria directa ao bar do Saldanha e outra mais a norte, em plena arriba, na zona da Agroeira (entre o Saldanha e o Castelo);

8 – Obrigar todos os novos licenciamentos a 2,5 lugares de estacionamento por alojamento;

9 – Policiamento permanente aos fins-de-semana e feriados, de 1 de Julho a 31 de Agosto, das 13h às 19h;

10 – Respeitar o espaço público, os peões e as pessoas, por parte dos automobilistas.

Ora, parece-me evidente que de todas as propostas, apenas uma foi concretizada: a criação de um parque de estacionamento na Senhora da Vitória. E mesmo esse, sem qualquer indicação para os utentes da sua localização ou existência.
Mais importante que concretizar estas propostas teria sido fazer efetivamente algo que resolvesse (ou tentasse resolver) o problema. Mas nada nunca foi feito.
Também não deixa de ser verdade, e público para quem tem ido às Assembleias de Freguesia de Pataias, que é referido que esta situação do estacionamento caótico nas Paredes é algo que acontece durante 15 dias num ano de 365. E que , portanto, subentende-se, será um preço aceitável o suportar esta situação.
Parece pois ser claramente uma decisão política nada fazer para alterar a situação.

Também não deixa de ser verdade que grande parte do problema se deve à falta de civismo dos condutores, mas isso não pode nunca ser desculpa. A autarquia ao referir esse facto, sistematicamente, não deixa de parecer que está a sacudir a água do capote e a dizer "nós não temos nada a haver com isso. Os condutores é que são culpados". Ou que "são só 15 dias por ano".
Também é verdade que os sinais de trânsito proibido e proibição de estacionamento existentes nas Paredes devem ser os únicos que não são respeitados por ninguém. Ou que as autoridades não fazem respeitar.

Já agora. Em conjunto com as multas, uns bloqueadores de rodas seriam um grande investimento facilmente recuperável. E acima de tudo, seriam um elemento visual dissuasivo para alguns chicos espertos.

Finalmente, um outro pormenor. O material usado nos passeios está a degradar-se rapidamente. Dois anos depois de colocado, existem locais onde as pedrinhas estão todas soltas e/ou já desapareceram. A quem se irá pedir responsabilidades? À empresa que construiu os passeios alegando a má construção e falta de qualidade dos materiais? Aos condutores que estacionam nos passeios e assim estragam o piso? Ou à Câmara Municipal que não cuida/ toma medidas para preservar as obras que fez? A quem será apresentada a fatura quando for necessário repará-los?

Até lá, vamos continuar a ouvir desculpas de quem podendo fazer alguma coisa, nada faz.

2 comentários:

  1. É verdade tudo o que dizes e estou de acordo contigo, os que podem e devem fazer algo para mudar a situação não fazem nada e ainda não percebi por quê?
    Quem souber ponha aqui a resposta!

    Fernando G.

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  2. Penso que o problema vem na raíz do projecto. Será possível responsabilizar quem realizou o projecto de (pseuso) recuperação?

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