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sábado, 21 de setembro de 2013

4 perguntas a Carlos Bonifácio (CDS)

As questões e respostas estão na edição 47 do Pataias à Letra, de 8 de setembro de 2013.
Quatro perguntas ao candidato do CDS, Carlos Bonifácio.

Quatro perguntas aos candidatos autárquicos

1 – Enumere os quatro principais projetos que lhe vão merecer atenção no Norte do concelho, caso seja eleito.
2 – Sendo que se perderam milhões de euros em fundos comunitários para a construção e reparação de estradas, como pensa recuperar as estradas do Norte do concelho, nomeadamente a que liga Pataias a Alcobaça, caso seja eleito?
3 – Tendo em conta que o Tribunal de Contas chumbou a criação da empresa “Cister Equipamentos” e havendo um desequilíbrio financeiro por causa dos centros escolares, como pensa construir o Centro Escolar de Pataias, caso seja eleito?
4 – Sobre a União de Freguesias de Cós, Alpedriz e Montes e sabendo que não foi respeitada a vontade das populações de Alpedriz e Montes no processo de reorganização administrativa, como pensa desfazer essa decisão ou, sendo impossível, como pensa compensar as referidas populações, caso seja eleito?


1 – A estrada Alcobaça/Pataias deve constituir uma prioridade, dado que é uma via com um elevado volume de tráfego e não pode estar naquelas condições. A ampliação da zona industrial da Alva é outra prioridade. A construção do centro escolar se o novo quadro comunitário assim o permitir. A recuperação da lagoa de Pataias e a requalificação do largo da Martingança, para valorizar esta porta de entrada do Concelho.
2 – Esta Câmara deixa uma herança bem pesada deixou fugir os fundos comunitários e os cofres do município são insuficientes para fazer face ao volume financeiro para a recuperação da rede viária. Teremos que começar tudo de novo, ou seja, voltar a candidatar aos fundos da União Europeia a recuperação da rede viária. A estrada que liga Pataias a Alcobaça chegou a um tal estado de degradação que agora carece de uma intervenção profunda e para a qual só fundos comunitários nos podem ajudar. Entre a sede de concelho e Pataias não é aceitável ter a estrada naquelas condições.
3 – A construção dos futuros centros escolares só pode acontecer com o apoio dos fundos comunitários. Como é do conhecimento público a Câmara perdeu neste mandato os fundos para construção dos Centros Escolares. Espero que esta decisão não afete no futuro a nossa posição para voltar a candidatar o centro escolar de Pataias, no próximo quadro comunitário, porque isso seria dramático para as pretensões do concelho de Alcobaça.
4 – O processo de reorganização administrativa foi muito mal conduzido e deu numa grande confusão que ainda não conhecemos as suas consequências. Devo dizer que não acredito neste modelo de reorganização, porque ele não traduz uma economia de meios ou de recursos financeiros. As freguesias têm um peso diminuto nas contas do estado. Era mais útil ter-se começado pelos municípios. Aí sim os resultados seriam outros. Quanto às populações de Alpedriz e Montes, comprometo-me a trabalhar numa solução que respeite a vontade das populações esse é o dever dos autarcas, outras questões devem ficar para segundo plano. Se for possível legalmente auscultar as populações é por aí que vamos.

Comentário

O orçamento da Câmara Municipal de Alcobaça, para 2013 foi de 41,5 milhões de euros. Num cálculo simples e simplista, entre 2013 e 2017 terá um orçamento de 166 milhões de euros.
Dessa previsão de 166 milhões de euros, o candidato do CDS-PP só consegue encontrar financiamento para investimento de Pataias se houver fundos comunitários.
E a questão coloca-se: todo o discurso desta campanha passa pela questão dos fundos comunitários e os investimentos a fazer em Pataias têm como origem os fundos comunitários. O novo Quadro Comunitário de Apoio prevê verbas para Portugal na ordem dos 21 mil milhões de euros entre 2014 e 2020 e o Governo já anunciou que a aposta passa por investir esse dinheiro na criação de emprego e no estímulo da economia (uma inversão da tendência em aplicar as verbas em infraestruturas rodoviárias e em escolas). Ou seja, no novo Quadro Comunitário de Apoio, obras como as estrada Pataias-Casal de Areia ou os novos centros escolares (não só de Pataias), não são prioritários. 
Como se propõe este candidato a resolver o problema caso os fundos não existam? Qual o plano B? Porque demagogia não chega. O acesso aos fundos comunitários não estará disponível apenas para um Câmara CDS, mas para qualquer uma que eventualmente ganhe as eleições. E mesmo sem fundos comunitários, a estrada e o centro escolar continuarão a ser problemas para resolver.
Quanto a mim, esta questão dos fundos comunitários, face aos novos objetivos da criação de emprego e estímulo da economia, deveria ser canalizada para a Zona Industrial de Pataias. Também porque Pataias tem perdido empresas e emprego devido à falta de infraestruturas para instalação de empresas. Qual a desculpa para não a concretizar?
Ainda face a todas as prioridades referidas, e sabendo-se o histórico de Carlos Bonifácio como vereador e vice-presidente da Câmara de Alcobaça, alguém acredita que no mesmo mandato teremos estrada nova, centro escolar novo (e por acréscimo mercado novo), zona industrial da alva, recuperação da lagoa e requalificação do largo da Martingança? Se calhar, com um bocadinho de jeito ainda ouvimos falar da requalificação da Av. Rainha Santa Isabel e da requalificação da praia da Légua. Pessoalmente, gostaria muito que fosse verdade. Mas na realidade, até eu vejo que é demais.
Há ainda o aspeto de, para quem foi o número dois do executivo camarário, ter o pormenor de desconhecer e ficar surpreendido com o que de bom, e de mau, há na praia das Paredes, ou desconhecer por absoluto e achar inverosímil, que a Junta de Freguesia de Pataias tenha um orçamento anual de 1 milhão de euros. É este candidato, ex-vice presidente da autarquia, que quer ser presidente de Câmara quando desconhece as realidades de uma das maiores freguesias do concelho? No mínimo, está impreparado.
Finalmente, uma opinião sobre a candidatura. Há aquele velho ditado de que “está a morder a mão de quem lhe deu de comer”. Oito anos como vereador da autarquia PSD, candidato aos órgãos políticos da concelhia e distritais de Leiria e agora aparece como candidato do CDS? Eu percebo que é muito mais fácil ser candidato por um partido (quer na logística da candidatura quer ao nível do orçamento) do que ser independente. Mas quando uma lista tem não só o seu número um, como todo um conjunto de figuras que ainda há pouco tempo defendiam outras “camisolas”, tudo isto dá a sensação de traição, ânsia pelo poder e apego ao “tacho”.

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