Creio que no meu tempo de vida que ainda me falta, (longo, espero eu), dificilmente voltarei a ver o vale das Paredes que recordo da minha infância e juventude.
Aquela mata fechada, que o sol do meio do dia não conseguia penetrar, as águas abundantes, as enguias, as pequenas hortas e pomares religiosamente cuidados. Subir o vale, quer pelo caminho, quer pelos carreiros junto ao rio, era sempre uma aventura inolvidável que nos enchia de bem-estar e nos transportava para um mundo tão distante do mar, da praia e até da floresta de pinheiros bravos.
Depois, por um motivo ou outro, o vale foi-se abrindo em clareiras de mato que o deixaram indefeso ao sol castigador e as pequenas hortas foram ficando abandonadas.
Recordo do fim da minha juventude e início da idade adulta o vale abandonado, de pinheiros cortados e lugares mágicos irremediavelmente perdidos.
Hoje, quando posso, vou ao vale.
Já não é o mesmo.
Nunca será.
Mas há pequenas surpresas, pequenos paraísos resgatados a uma morte anunciada.
A praia fluvial da Professora Ália Botas é um deles.
Sem apoios institucionais, limpou o terreno, embelezou-o, criou um pequeno parque de merendas e uma praia fluvial. Colocou-o disponível para TODOS.
Dedicou-o à Criança. Às suas crianças, obras da sua vida.
Professora Ália, muito obrigado.
Para sugestões, comentários, críticas e afins: sapinhogelasio@gmail.com
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
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