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sábado, 10 de outubro de 2009

Requalificação da Av. Rainha Santa Isabel

Antes de proceder a uma análise do Projecto de Requalificação, é necessário salientar que encontrar uma solução para a circulação rodoviária, proporcionar estacionamento e promover a qualidade de vida dos pataienses no âmbito da Av. Rainha Santa Isabel, não é fácil.

Qualquer solução encontrada, estará sempre longe de conciliar todos os interesses. Mais, a requalificação da Avenida pressupõe uma alteração profunda ao nível da circulação viária de toda a vila que não se pode esgotar, per si, na própria avenida. Propor a requalificação sem equacionar outras medidas, paralelas, integradas e integradoras, que ajudem e facilitem a circulação e a acessibilidade da população aos diversos equipamentos da freguesia é andar a brincar às câmaras municipais.


Face ao primeiro projecto, a nova proposta de requalificação da Av. Rainha Santa Isabel apresenta a introdução de uma rotunda (oval) junto ao Café Mido. Se por um lado resolve a confluência de vias aí existentes, por outro, vai criar um estrangulamento que obrigará a que todo o trânsito Este-Oeste na vila de Pataias tenha, obrigatoriamente, de entrar na EN242. Esta situação conduz à evidência de que é necessário intervir noutras ruas, nomeadamente a criação de uma ligação entre a Av. da Lagoa e a R. de Nsa. Sra. Da Vitória e entre a Av. da Lagoa e o Mato Pinheiro. Esta ligações, de que a primeira é fundamental, permitirão a quem viva naquela zona de Pataias (e a quem vem da Burinhosa), possa ir até à Escola C+S, às piscinas, ao futuro Centro Escolar, ao Centro de Dia e (futuro) lar de 3ª idade, ao Complexo Desportivo e ao Mercado sem ter de entrar na EN242. Apenas com esta solução, me parece aceitável a efectivação da rotunda.

O segundo aspecto está relacionado com a entrada na Rua de Nsa. Sra. Da Vitória. Esta rua, pela sua importância – via de acesso às praias, mas mais importante, é a rua que serve as Piscinas Municipais DE Pataias, o Lar e Centro de Dia, o Mercado, os futuros Centro Escolar e Complexo Desportivo, aliado à grande densidade de construção que ali foi permitida – não pode ser servida por um acesso lateral junto à Rua do Valinho. Ainda relacionado com a R. de Nsa. Sra da Vitória, urge a alteração do sentido de trânsito da Rua da Cheia e o alargamento obrigatório da Rua do Valinho. Desta forma, quem vem pela EN242 (sentido Marinha Grande-Nazaré) terá dois acessos: Rua do Valinho e R. de Nsa. Sra da Vitória (e entrada da Rua da Cheia) e sairão todos pela Rua do Vale, junto à Rotunda da fonte luminosa.


O terceiro aspecto está relacionado precisamente com a Rua do Vale. O projecto, aparentemente, prevê o seu alargamento. Mas só quem não conhece a Rua do Vale pode considerar que a mesma tem capacidade (mesmo depois de alargada) para circulação nos dois sentidos e passeios, no mínimo, com 1 metro de cada lado. É inviável. Considerar para a Rua do Vale qualquer outra opção que não seja a de uma rua de sentido único é estar a brincar.

Quarto aspecto: estacionamento. O projecto prevê 150 lugares de estacionamento desde o Josefino até à actual rotunda. Destes 150 lugares apenas 35 são perpendiculares à via de circulação ou em espinha (27 junto à farmácia e ao Josefino). Elimina ainda grande parte do estacionamento junto ao Banco Totta & Açores e ao BES e todo estacionamento até agora existente nos Largos António Oliveira Correia Neves, da Anunciada e junto aos Correios. Seja qual for a solução, o projecto requalificação tem de encontrar forma de conseguir estacionar, no mínimo dos mínimos, mais 50 automóveis. A um normalíssimo sábado de manhã, pelas 10h30, estavam estacionados entre o Josefino e a rotunda, dos dois lados da avenida, 137 automóveis (sim, eu contei-os). E havia estacionamento em qualquer lado que se quisesse parar. É só fazer as contas…


Quinto aspecto: duas paragens de autocarro, uma de cada lado da Avenida, de cada um dos lados onde hoje são as bombas de gasolina da Galp. A entrada e saída de passageiros deve estar concentrada apenas num local, onde hoje existe a paragem. Os autocarros devem contornar o jardim e não as pessoas andarem a atravessar a EN242 de um lado para o outro.


Sexto aspecto: A entrada da Rua da Estação na EN242, junto à igreja. A Rua da Estação, para além de servir grande parte da população de Pataias, serve ainda de entrada em Pataias para a maior parte dos habitantes de Pataias-Gare e Pisões. Apresentar uma entrada na EN242 da forma como está só é viável para quem queira ir para a Marinha Grande (e a junta de Freguesia, o Centro de Saúde, a GNR, as escolas, as piscinas, o mercado, os bancos – está TUDO na direcção da Nazaré). Obviamente, aquela entrada na EN242, projectada daquela forma, não serve. Das duas uma, ou se altera, ou tem de se construir uma ligação entre a Rua da Estação e a Av. Clube Desportivo Pataiense.


Ou seja, este novo (? – Julho de 2007!) projecto de requalificação continua a levantar mais problemas do que aqueles que resolve. E as pessoas de Pataias continuam a não serem ouvidas.


Dizem que a Estradas de Portugal já o aprovou, mas quem terá de viver com ele, nas próximas décadas, somos nós. Assim: não, obrigado.

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