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sábado, 31 de outubro de 2009

S. Martinho quer ir para as Caldas. E Pataias?

“Saída de S. Martinho do Porto de Alcobaça tem suporte alargado na população”. A notícia é hoje manchete na Rádio Cister.
Coincidência, ou não, o Região de Cister traz esta semana um interessante artigo sobre as deficientes acessibilidades em transportes públicos, existentes no concelho.
O movimento “S. Martinho para Caldas”, justifica a sua existência pelo grande apoio popular à ideia existente naquela freguesia, baseado na falta de atenção que a sede de concelho (Alcobaça), tem votado aquela povoação, afirmando mesmo que “Alcobaça só está ligado a S. Martinho do Porto com o objectivo de retirar mais valias”.
Acrescentam: “São Martinho sempre esteve ligado para Caldas! Pela facilidade em transportes públicos, rede viária, escolas, comércio, transportes, lazer, cultura, trabalho, as Caldas são o destino natural de quem vive e reside em São Martinho”.
Isto tudo a propósito de Pataias.
Alcobaça só está ligada a Pataias com o objectivo de retirar mais valias. Mais valias económico-financeiras (contribuições autárquicas – que vão disparar com os novos empreendimentos turísticos da Pedra do Ouro –, IRS e IRC, taxas municipais, vendas de terrenos e pinhais na freguesia que enchem os cofres da Câmara) e políticas (Pataias contribui, e muito, para assegurar maiorias políticas - primeiro do PS, agora do PSD).
De resto, Pataias sempre esteve ligada a… Marinha Grande, Leiria e até Nazaré, pelas facilidades em transporte público, rede viária, escolas, comércio, transportes, lazer, cultura e trabalho. Alcobaça sempre foi sinónimo de chatices, tribunais e impostos.
Esta tem sido a gestão camarária nos últimos 40 anos. Ou como é que se explica a saída da Moita para a Marinha Grande, as pretensões de S. Martinho do Porto e o desencanto de muitos pataieiros (e pataienses).
Pataias não tem sido bem tratada. Se, como escrevi já neste blogue, Pataias mudou muito, para melhor, nos últimos 25 anos – e obviamente a Câmara tem aqui (boas) responsabilidades – não é menos verdade que o sentimento é que nada nos foi dado.
O saneamento básico demorou 30 anos, o pavilhão 10 anos (4 ou 5 anos depois dos pavilhões da ESDICA e da Benedita que foram adjudicados ao mesmo tempo).
As piscinas foram pagas ao abrigo de um protocolo com a SECIL (um milhão de euros) possível após a venda da Mata de Pataias à mesma empresa (Alcobaça e Benedita tiveram de vender o seu património para conseguir as suas?).
A requalificação da Av. Rainha Santa Isabel não sai do papel (se for para cumprir este projecto – ainda bem – digo eu).
A requalificação e o saneamento básico das Paredes parecem mais um misto de Mosteiro da Batalha e incompetência juntos.
Continuamos a demorar um hora de autocarro para chegar a Alcobaça, ou 20/25 minutos por uma estrada com mais crateras que a Lua.
Numa povoação como Pataias, fala-se do alargamento da Zona Industrial há mais de 20 (vinte!) anos e continua como promessa eleitoral.
O património histórico-cultural está completamente esquecido, abandonado, destruído (fornos da cal, empalhação, fábricas de vidro, património etnográfico). A história no concelho de Alcobaça limita-se ao (notável, sem dúvida) Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
O que é que Alcobaça tem feito para que nos sintamos alcobacenses?
Ainda a propósito de S. Martinho do Porto, compreendo perfeitamente a sua angústia e aspirações.
Quanto a Pataias, obviamente que a solução não é passar para a Marinha Grande. Alcobaça tem de nos tratar com o devido respeito.
Porque já diz o ditado: antes só que mal acompanhado.
PATAIAS A CONCELHO!

2 comentários:

  1. A ideia de ver Pataias, como sede de concelho, é algo que me iria deixar muito feliz, contudo essa ideia será muito complicada de atingir devido às ditas "mais-valias" que Alcobaça (perdoem-me a expressão) "chupa" da nossa freguesia.
    Sem Pataias, Alcobaça perde muitos activos principalmente ao nível da indústria e como é óbvio eles não irão querer isso.
    É complicado investir numa freguesia que tem todas as condições para superar a sede de concelho em todos os aspectos.
    Mas como dizia o outro: "Enquanto há vida há esperança"!

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  2. O primeiro passo passa por nós, pataieiros e pataienses. Esquecer divergências pessoais e políticas e unir-mo-nos em torno da causa única: PATAIAS.
    Enquanto não o fizermos Alcobaça (e os seus lacaios), reina.

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